POR QUE TEREMOS QUE NOS ACOSTUMAR A VER SUÁSTICAS NA PRÓXIMA OLIMPÍADA NO JAPÃO

 


Buda com a suástica em sentido anti-horário (braços voltados para a esquerda) gravada no peito. Na cultura e religião budistas, a suástica é um símbolo de paz e prosperidade. Pode girar em um ou outro sentido, mas desde meados do século XX é feita quase sempre à esquerda, para diferenciar-se da cruz do Reich.
Buda com a suástica em sentido anti-horário (braços voltados para a esquerda) gravada no peito. Na cultura e religião budistas, a suástica é um símbolo de paz e prosperidade. Pode girar em um ou outro sentido, mas desde meados do século XX é feita quase sempre à esquerda, para diferenciar-se da cruz do Reich.

A suástica é um símbolo de paz, prosperidade e boa sorte para quase 2,3 bilhões de pessoas, um terço da humanidade. A maioria delas se encontra na Ásia, onde é um emblema sagrado para o budismo, o hinduísmo e o jainismo ― o odinismo é outro exemplo. Isso pensava o monge budista T.K. Nakagaki quando, em abril de 1986, recém-chegado aos Estados Unidos, elaborou uma cruz gamada de crisântemos para celebrar o aniversário de Buda e a colocou em seu templo de Seattle (Costa Oeste). Seus companheiros entraram em pânico. “Não pode fazer isso”, gritaram. Foi o momento de seu despertar. A última vez que a utilizou no Ocidente.

Nakagaki é atualmente um dos monges budistas mais influentes dos EUA, presidente da Fundação Heiwa pela Paz e a Reconciliação de Nova York, notável calígrafo e um homem com uma missão: resgatar a suástica das forças do ódio.

A bandeira com a cruz gamada hindu tremula no grande encontro de peregrinação (kumbh mela) Simhasth, na cidade de Ujjain, em Madhya Pradesh (Índia). No hinduísmo, a suástica representa a ideia de deus, Brama. Se gira para a direita (em sentido horário, como a nazista), simboliza a evolução do universo encarnada pelo deus criador Brama. Por outro lado, no sentido anti-horário representa a involução do universo, obra do deus destruidor Shiva. Os círculos correspondem aos quatro pontos cardeais, símbolo de estabilidade.

Por que teremos que nos acostumar a ver suásticas na próxima Olimpíada noJapão


Nova York 

Quem visitar o Japão neste ano receberá mapas com esse emblema repetido por toda a sua geografia

A suástica é um símbolo de paz, prosperidade e boa sorte para quase 2,3 bilhões de pessoas, um terço da humanidade. A maioria delas se encontra na Ásia, onde é um emblema sagrado para o budismo, o hinduísmo e o jainismo ― o odinismo é outro exemplo. Isso pensava o monge budista T.K. Nakagaki quando, em abril de 1986, recém-chegado aos Estados Unidos, elaborou uma cruz gamada de crisântemos para celebrar o aniversário de Buda e a colocou em seu templo de Seattle (Costa Oeste). Seus companheiros entraram em pânico. “Não pode fazer isso”, gritaram. Foi o momento de seu despertar. A última vez que a utilizou no Ocidente.

Nakagaki é atualmente um dos monges budistas mais influentes dos EUA, presidente da Fundação Heiwa pela Paz e a Reconciliação de Nova York, notável calígrafo e um homem com uma missão: resgatar a suástica das forças do ódio.


“Se pudesse convencer apenas 1% já seria um sucesso”, comenta Nakagaki. Acaba de lançar um livro intitulado The Buddhist Swastika and Hitler’s Cross (“a suástica budista e a cruz de Hitler”, Stone Bridge Press), com o qual pretende lançar um pouco de luz sobre a história e o significado milenar do símbolo que hoje associamos ao horror nazista. Está consciente do ceticismo que seu esforço desperta.

O 'manji', a suástica japonesa, é usada nos mapas para localizar os templos budistas, uma religião seguida por 46 milhões de pessoas no país. Só nos quatro quarteirões representados neste mapa há oito templos indicados.
O 'manji', a suástica japonesa, é usada nos mapas para localizar os templos budistas, uma religião seguida por 46 milhões de pessoas no país. Só nos quatro quarteirões representados neste mapa há oito templos indicados.

Neste ano, sua cruzada obterá uma pequena vitória na Olimpíada de Tóquio-2020. Este choque cultural foi precisamente tema de debate no Japão, onde o manji (a suástica nipônica) é usada nos mapas para indicar os templos budistas, religião seguida por 46 milhões de pessoas no país. Por isso em 2016 a Autoridade de Informação Geoespacial do Japão (GSI) fez uma consulta pública sobre eliminar o manji dos mapas para não ferir a sensibilidade dos visitantes que forem aos Jogos Olímpicos. Depois de um apoio maciço a sua permanência, decidiram que os estrangeiros é que devem se acostumar às suásticas, que assim ficaram de fora da lista de símbolos a serem modificados para tornar os mapas mais inteligíveis aos não japoneses.

O sequestro nazista de um símbolo mundial

Mosaico romano em Lyon (França).
Mosaico romano em Lyon (França).

Desde que Adolf Hitler a sequestrou em 1920 para transformá-la na marca registrada do Terceiro Reich, virou a representação gráfica do antissemitismo, do ódio e da superioridade racial. Sob as bandeiras e estandartes nazistas mais de seis milhões de pessoas morreram entre 1935 e 1945. O empenho de Nakagaki pôs os especialistas do Ocidente perante uma pergunta: a suástica é redimível?

“A imagem é tão poderosa do ponto de vista do desenho que seu impacto não tem precedentes na história”, explica Steven Heller, uma autoridade na crítica visual, responsável durante 30 anos pela imagem gráfica do The New York Times e copresidente da Escola de Artes Visuais de Nova York (SVA, na sigla em inglês).

O chão da catedral de Amiens, na França, é um jogo de formas geométricas, entre elas, a suástica (acima à direita).
O chão da catedral de Amiens, na França, é um jogo de formas geométricas, entre elas, a suástica (acima à direita).

Heller está obcecado com a utilização que o regime nazista fez dela e com sua relevância ao longo dos anos. É dos que pensam que “nunca será redimida”, ao contrário do seu amigo Nakagaki. Ele também acaba de escrever um livro sobre o assunto, o terceiro em sua bibliografia, sob o título The Swastika and Symbols of Hate: Extremist Iconography Today (“a suástica e símbolos de ódio: a iconografia do extremismo na atualidade”, Allworth Press). Está convencido de que, enquanto a extrema direita continuar ampliando sua mensagem nos EUA e na Europa, continuará sendo usada como expressão de ódio contra o diferente.

“A suástica de Hitler tem só 100 anos, frente a uma história milenar”, recorda Nakagaki. A origem da cruz de dois ganchos entrelaçados remonta a 5.000 anos atrás, nos vales do rio Indo (Índia). A palavra “suástica” provém do sânscrito svastica, que significa “boa sorte” ou “bem-estar”. Seus usos religiosos e seculares se multiplicaram ao longo da história. “Há suásticas repetidas por todo mundo que nada têm a ver com os nazistas”, explica Heller.

A Coca-Cola e a cervejaria Carlsberg, entre outras empresas, adotaram a suástica como símbolo de boa sorte. A marca de refrigerantes criou esta insígnia em 1925.
A Coca-Cola e a cervejaria Carlsberg, entre outras empresas, adotaram a suástica como símbolo de boa sorte. A marca de refrigerantes criou esta insígnia em 1925.

De antes de Cristo são as que aparecem aos pés dos budas esculpidos nas montanhas do norte da Índia, na necrópole de Koban no Cáucaso da Ossétia do Norte, na antiga cidade de Troia (Turquia), nos restos de Micenas, nas ruínas de Babilônia (Iraque) e nos ornamentos da tribo dos Ashanti em Gana. As escavações arqueológicas situam a suástica no continente americano antes da chegada de Cristóvão Colombo: os nativos a estamparam em vasilhas, tapetes, roupas e joalheria.

O mais surpreendente para a mente ocidental é saber que nas décadas de 1920 e 30 servia como marca comercial nos EUA. Em 1925, a Coca-Cola fabricou uma insígnia de boa sorte com forma de suástica e a frase “Beba Coca-Cola”. Os escoteiros a imprimiram em cartões-postais, trajes, joias e medalhas ao mérito.

Vasilha grega.
Vasilha grega.

Times esportivos a usavam para representar os quatro Ls: “Love, life, light, luck” (“amor, vida, luz e sorte”). Foi um ornamento muito comum na arquitetura do começo do século XX. Em Nova York, pode-se vê-la no teto da livraria da Universidade Columbia, na entrada do Metropolitan Museum e na fachada da Brooklyn Academy of Music. Aparecia em postais, marcas de bolachas e inclusive nos westerns de Hollywood, até que Hitler se apropriou dela.

Os nativos americanos ―navajos, apaches, papagos e hopis― foram os primeiros a se insurgirem contra seu uso por parte dos nazistas. Em 1940, em protesto, deixaram de utilizá-la para sempre com uma declaração pública e a queima de todos seus objetos que a tinham estampada.

A medalha do mérito dos escoteiros, desenhada pelo pintor, escultor e militar britânico Robert Baden-Powell em 1922, sobrepõe a flor de lis dos escoteiros a uma suástica, como símbolo de boa sorte.
A medalha do mérito dos escoteiros, desenhada pelo pintor, escultor e militar britânico Robert Baden-Powell em 1922, sobrepõe a flor de lis dos escoteiros a uma suástica, como símbolo de boa sorte.

Na Europa, estendeu-se como uma insígnia mística comum na decoração de abadias e conventos católicos. Pode ser vista nas catedrais de Amiens (França) e Oxford (Inglaterra) e no monastério beneditino de Lambach, no norte da Alta Áustria, onde se acredita que Hitler teve seu primeiro contato com ela, ainda criança, quando participou do coro.

As teorias posteriores se dividem entre os que, como Nakagaki, consideram que a copiou do jornalista e ex-monge católico Jörg Lanz von Liebenfels, fundador da Ordem dos Novos Templários, em 1907. Tratava-se de organização antissemita que promovia a superioridade da raça ariana e que a adotou como insígnia. Sabe-se que Hitler se reuniu com Lanz para conseguir cópias de sua publicação Ostara.

Outros, como Heller, especulam que a roubou do designer berlinense Wilhelm F. Deffke, um dos inventores do logotipo corporativo, membro da Bauhaus e do Ring Neuer Werbegestalter (Círculo de Novos Desenhistas Publicitários).

O 45º batalhão de infantaria e o 55º. esquadrão de caça (na foto) do Exército dos Estados Unidos ostentavam a suástica em suas fardas em 1930. As insígnias foram retiradas quando o regime nazista as adotou como símbolo nacional.
O 45º batalhão de infantaria e o 55º. esquadrão de caça (na foto) do Exército dos Estados Unidos ostentavam a suástica em suas fardas em 1930. As insígnias foram retiradas quando o regime nazista as adotou como símbolo nacional.

Assim relatou sua criada, Mana Tress, em uma carta escrita nos anos setenta ao reconhecido designer gráfico norte-americano Paul Rand. “Não pagou por ela”, escreveu Tress. A suástica de Deffke aparecia em um livro autoeditado como uma reinterpretação da roda do sol da tradição alemã.

Wilhelm F. Deffke, um dos inventores do logotipo como emblema corporativo, trabalhou em uma reinterpretação da roda do sol da tradição alemã, depurando suas formas. Este foi o resultado que, para o crítico de artes visuais Steven Heller, deu origem à suástica nazista.
Wilhelm F. Deffke, um dos inventores do logotipo como emblema corporativo, trabalhou em uma reinterpretação da roda do sol da tradição alemã, depurando suas formas. Este foi o resultado que, para o crítico de artes visuais Steven Heller, deu origem à suástica nazista.

O que está claro é que Hitler se apropriou dela no verão de 1920, depois de lhe dar um giro à direita de 45 graus sobre seu eixo. Em seu livro, Mein Kampf (“minha luta”), publicado cinco anos depois, Hitler descreveu seu significado para o nazismo e como devia ser usada. Pintada na cor preta, sobre um círculo branco e com fundo vermelho, as cores da antiga bandeira do império alemão.

Em 2 de dezembro de 1923, apareceu pela primeira vez citada no The New York Times como a Hakenkreuz (“cruz de gancho”), num artigo onde uma testemunha descrevia uma cena dentro da cervejaria Bürgerbräukeller, em Munique, onde Hitler fez sua tentativa de golpe de Estado um mês antes. A partir daquele dia, a imprensa se referiria a ela como “o símbolo nazista”.

Peso da Costa do Marfim, do século XIX. Servia para calcular o valor do ouro em uma balança e tem a suástica do sânscrito do século V a.d.C representada.
Peso da Costa do Marfim, do século XIX. Servia para calcular o valor do ouro em uma balança e tem a suástica do sânscrito do século V a.d.C representada.

Sua eficácia não teria sido possível sem o ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, que em 19 de maio de 1933 publicou a Lei de Proteção dos Símbolos Nacionais, que garantia a exploração da marca pelo regime e proibia seu uso comercial. O governo nazista ordenou que tremulasse em todos os edifícios oficiais da Alemanha. E acabou sendo hasteada também na Polônia, Países Baixos, nos arredores da Torre Eiffel e no Partenon da Grécia.

Setenta e quatro anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, a cruz gamada continua sendo um símbolo obsceno no Ocidente. Quase diariamente a imprensa publica títulos como estes: “Suástica aparece pintada sobre a placa de Trump na calçada da fama”, “Pintada uma suástica no monólito contra o nazismo em Segóvia”. Talvez por isso, a imprensa internacional repercutiu a consulta japonesa sobre retirar ou manter o manji nos mapas: “As polêmicas suásticas que o Japão quer eliminar de seus mapas”, lia-se de Londres a Nova York. Mas o que a mídia não mencionou foi a decisão final a favor da simbologia tradicional dos templos. A suástica fica. “Seria bom que alguém contasse”, sugere


Fonte:https://brasil.elpais.com/icon_design/2020-01-24/por-que-teremos-que-nos-acostumar-a-ver-suasticas-na-proxima-olimpiada.html


A SUÁSTICA BUDISTA.

                                                                         
Quando visitamos a Ásia, fiquei curioso para saber o significado da "Suástica" nos templos, em especial no  Japão. Estava presente nas entradas dos monumentos, em objetos e nas imagens de Buda.
Etimologicamente, a palavra Suástica (Cruz Gamada) significa felicidade, prazer e boa sorte. É um símbolo místico, usado em várias culturas, dos Astecas e Hindus aos Budistas. Os primeiros relatos  datam de 4000 anos a.C, em vasos encontrados na Europa. É considerada um símbolo santo para o hinduísmo (Índia) e está presente em toda sua cultura, seja em templos ou pequenas lembranças para desejar boa sorte. É um dos 108 símbolos do Vishnu (deus responsável pela manutenção do universo), que representa os raios do sol e, sem eles, a vida não existiria. Pode ter vários sentidos, a depender de seu uso. Quando voltado para direita, significa evolução do universo e, para esquerda, involução (no Hinduísmo). Como o budismo foi criado por um príncipe Indú, essa cultura foi trazida para o Japão.








A Suástica, na cultura Budista, é também conhecida como Manji e representa o Dharma (harmonia). O símbolo voltado para esquerda significa amor e piedade. Quando para direita, significa força e inteligência.   Já no eixo vertical, significa a ligação do céu e da terra e, no eixo horizontal, a conexão de Yin e Yang . Lamentavelmente, no início do seculo XX, a Suástica foi utilizada propositalmente pelo facismo da Alemanha de Hitler, para simbolizar a força do povo ariano sobre os restantes. À partir da segunda guerra mundial, o símbolo no Ocidente passou a ter relação com o  ódio, guerra e racismo.  Em razão do símbolo facista (Suástica virada para a direita), o símbolo, fora da Índia (hinduísmo), é sempre voltado para o lado esquerdo.




Uma pena essa associação imediata com o ódio entre as pessoas, porquanto, o verdadeiro significado do símbolo, sempre será o amor e a harmonia dos povos.
Fonte::https://www.blogmundoa.com.br/2015/12/a-suastica-budista.html


A suástica ou cruz gamada é um símbolo místico encontrado em muitas culturas em tempos diferentes, dos índios Hopi aos Astecas, dos Celtas aos Budistas, dos Gregos aos Hindus. Alguns autores acreditam que a suástica tem um valor especial por ser encontrada em muitas culturas sem contatos umas com as outras. Os símbolos a que chamamos suástica possuem detalhes gráficos bastante distintos. Vários desenhos de suásticas usam figuras com três linhas. A nazista tem os braços, apontando para o sentido horário, ou seja, indo para a direita e roda a figura de modo a um dos braços estar no topo. Outras chamadas suásticas não têm braços e consistem de cruzes com linhas curvas. Os símbolos Islâmicos e Malteses parecem mais hélices do que propriamente suásticas. A chamada suástica celta dificilmente se assemelha a uma. As suásticas Budistas e Hopi parecem reflexos no espelho do símbolo Nazista. Na China há um símbolo de orientação quádrupla, que segue os pontos cardeais; desde o ano 700 ela assume ali o significado de número dez mil. No Japão, a suástica ( manji) é usada para representar templos e santuários em mapas, bem como em outros países do extremo oriente.

Difusão do símbolo

Suástica "virada à direita" - uma decorativa forma Hindu.
A imagem da cruz suástica é um dos amuletos mais antigos e universais, sendo utilizada desde o Período Neolítico.1 Foi também adotada por nativos americanos, em diversas culturas, sem qualquer interferência umas com as outras. A Cruz Suástica também é utilizada em diversas cerimônias civis e religiosas da Índia: muitos templos indianos, casamentos, festivais e celebrações são decorados com suásticas. O símbolo foi introduzido no Sudeste Asiático por reis hindus, e remanescentes desse período subsistem de forma integral no Hinduísmo balinês até os dias atuais, além de ser um símbolo bastante comum na Indonésia.

Um tipo de veneração à suástica.

O símbolo tem uma história bastante antiga na Europa, aparecendo na cerâmica da pré-história de Troia e Chipre, mas não aparece no Egito antigo, Assíria ou Babilônia; A. H. Sayce sugere que a sua origem é hitita.2 No começo do século XX era largamente utilizado em muitas partes do mundo, considerado como amuleto de sorte e sucesso. Entre os nórdicos, a suástica está associada a uma Runa, Gibur, ou Gebo.
Desde que foi adotado como logotipo do Partido Nazista de Adolf Hitler a suástica passou a ser associada ao fascismo, ao racismo, à supremacia branca, à II Guerra Mundial e ao Holocausto na maior parte do Ocidente. Antes ela havia reaparecido num reconhecido trabalho arqueológico de Heinrich Schliemann, quando descobriu esta imagem no antigo sítio em que localizara a cidade de Troia, sendo então associada com as migrações ancestrais dos povos "proto-indo-europeus" dos Arianos. Ele fez uma conexão entre estes achados e antigos vasos germânicos, e teorizou que a suástica era um "significativo símbolo religioso de nossos remotos ancestrais", unindo os antigos germânicos às culturas gregas e védicas. O casal William Thomas e Kate Pavitt especulou que a difusão da suástica entre diversas culturas mundiais (Índia, África, América do Norte e do Sul, Ásia e Europa) apontava para uma origem comum, possivelmente da Atlântida.
Os nazistas utilizaram-se destas ideias, desde os primórdios dos movimentos chamados "völkisch", adotando a suástica como símbolo a "identidade ariana" - conceito este referendado por teóricos como Alfred Rosenberg, associando-a às raças nórdicas - grupos originários do norte europeu. A suástica sobrevive como símbolo dos grupos neonazistas ou como forma de alguns grupos de ativistas ofenderem seus adversários.

Etimologia e outros nomes

A palavra "suástica" deriva do sânscrito svastika (no script Devanagari - स्वस्तिक), significando felicidade, prazer e boa sorte.1 Ela é formada do prefixo "su-" (cognata do grego ευ-), significando "bom, bem" e "-asti", uma forma abstrata para representar o verbo "ser".1 Suasti significa, portanto, "bem-ser". O sufixo "-ca" designa uma forma diminutiva, portanto "suástica" pode ser literalmente traduzida por "pequenas coisas associadas ao que traz um bom viver (ser)". O sufixo "-tica", independentemente do quanto foi dito, significa literalmente "marca". Desta forma na Índia um nome alternativo para "suástica" é shubhtika (literalmente, "boa marca"). A palavra tem sua primeira aparição nos clássicos épicos em sânscrito Ramayana e Mahabharata

Formas alternativas de escrita deste vocábulo sânscrito em inglês incluem "suastika" e "svastica". Formas alternativas de denominar o símbolo:
"Aranha negra" - como chamada por diversos povos da Europa Ocidental.
"Cruz torta"
"Cruz Gamada" (ou "em ganchos") - na Heráldica.

Historico

As primeiras formas similares à suástica estão conservadas em vasos cerâmicos datados de cerca de 4000 a.C., em antigas inscrições europeias (escrita "vinca"), e como parte da escrita encontrada na região do Indo, de cerca de 3000 a.C., a qual as religiões posteriores (hinduísmo, budismo) passaram a usar como um de seus símbolos. Vasos encontrados em Sintashta, datados de cerca de 2000 a.C. também foram decorados com o símbolo suástico (veja aqui). Símbolos semelhantes foram encontrados em objetos remanescentes das Idades do Bronze e do Ferro no norte do Cáucaso e no Azerbaijão, oriundos das culturas dos cítios e sarmácios (vide:[1]). Em todas as demais culturas, com a exceção daquelas do sul asiático, a suástica não parece apresentar alguma significação relevante, mas surge como uma forma em meio a uma série de símbolos similares em complexas variações.

Dois vasos de óleo - desenho de Schliemann em "Ilios".
Na Antiguidade, a suástica foi usada largamente pelos indo-arianos, hititas, celtas e gregos, dentre outros. Em especial, a suástica era um símbolo sacro do hinduísmo, budismo e jainismo. Ela ocorre em outras culturas asiáticas, europeias, africanas e indígenas americanas - na maioria das vezes como elemento decorativo, eventualmente como símbolo religioso.

A visão de Wilhelm Reich

O polêmico psicanalista Wilhelm Reich (ucraniano de origem germânica), em "Die Massenpsychologie des Faschismus, Frankfurt 1974, S. 102-107", faz a seguinte leitura do efeito psicológico da suástica:
O Nazismo serviu-se da simbologia para atrair sobretudo a massa de trabalhadores alemães, enganando-os com a promessa de que Hitler seria um Lênin para a Alemanha;
"sob o simbolismo da propaganda, a bandeira era o que primeiro chama a atenção (cantando:).
Nós somos o exército da suástica,
Erguemos as bandeiras vermelhas
O trabalhador alemão nós queremos
Assim trazer para a liberdade."
Usando músicas que claramente pareciam comunistas, e com a bandeira habilmente composta, passava o Nazismo um caráter revolucionário para as massas.
Reich atesta que a "teoria irracional" da superioridade racial, tinha apelos ao subconsciente, através das formas da suástica e dos contrastes oferecidos pelas cores utilizadas (vermelho, preto e branco), chegando mesmo Hitler a afirmar que esta cruz era um símbolo anti-semita, em sua origem.
E, indo mais longe, faz a leitura de que a suástica esquerda tem nítido apelo sexual:
"Se olharmos detidamente para as suásticas no lado direito, vemos que elas claramente revelam formas humanas esquematizadas. Já a suástica voltada para a esquerda, mostra um ato sexual…".
Conclui, assim, que o símbolo representou importante fator de atração para as massas, em torno de uma ideologia que considera falaciosa.

Hinduísmo

A Suástica é encontrada em templos hindus, símbolos, altares, quadros e na iconografia sagrada que há por toda parte. É usada em todos os casamentos hindus, nos festivais, em cerimônias variadas, nas casas e portões, em roupas e jóias, meios de transporte e até mesmo como elemento decorativo de pratos diversos, como bolos e massas.
É um dos 108 símbolos de Vishnu - e representa ali os raios do Sol, sem os quais não haveria vida.
O som Aum é também sagrado no Hinduísmo. Considera-se Aum como representativo do único tom primordial da criação. Já a Suástica é uma marca puramente geométrica, sem nenhum som que lhe esteja associado. Também é vista como indicadora das quatro direções (Norte, Leste, Sul e Oeste), neste caso simbolizando estabilidade e solidez. Já o seu uso como símbolo do Sol pode ser visto primeiro como uma representação de Surya - o deus hindu do Sol.
Para o Hinduismo, os dois símbolos representam as duas formas do deus criador, Brahma: voltada para a direita, a cruz representa a evolução do Universo (ou Pravritti); para a esquerda, simboliza a involução do Universo (Nivritti). Também pode ser interpretado como representando as quatro direções (Norte, Leste, Sul e Oeste), com significado de estabilidade e solidez.
Usada como símbolo do Sol, pode ser interpretada primeiro como representação de Surya, o deus hindu do Sol.
A Suástica é considerada extremamente santa e auspiciosa por todos os hindus, e seu uso decorativo está presente em todos os tipos de artigos relativos à sua cultura.
No interior do subcontinente indiano pode ser visto nas laterais de templos, desenhada em inscrições dos túmulos, em muitos desenhos religiosos.
O deus Ganesh muitas vezes é feito sentado sobre uma flor de lótus, numa cama de suásticas.
Já entre os hindus de Bengala (e atual Bangladesh), é comum ver-se o nome da Suástica ser aplicado a um desenho ligeiramente diferente, mas com a mesma significação da suástica comum, e da mesma forma usada como sinal auspicioso. Este símbolo se parece um tanto com a figura de um ser humano, e é um nome bastante comum entre os bengali, a tal ponto que uma importante revista de Calcutá é "Suástica". A figura ali usada, entretanto, não tem uso muito comum, na Índia.

Budismo

Suástica em um templo budista da Coreia.
O Budismo foi fundado por um príncipe hindu e as duas formas da suástica são uma herança dessa cultura. O símbolo foi incorporado desde a Dinastia Liao nos ideogramas chineses, com o sinal representativo  ou  (wan, em chinês; man, em japonês; van, em vietnamita), significando algo como "um grande número", "multiplicidade", "grande felicidade" ou "longevidade",1 mas o desenho  (suástica virada à direita) é raramente usado. A suástica marca as fachadas de muitos templos budistas. As suásticas (qualquer das duas variantes) costumam ser desenhadas no peito de muitas esculturas de Buda, e frequentemente aparecem ao pé da estatuária de Buda.

Em razão da associação da suástica voltada para a direita com o nazismo após a segunda metade do século XX, a suástica budista fora da Índia tem sido utilizada apenas na sua forma  (virada para a esquerda).

Esta forma da suástica é comum também nas caixas de comida chinesa indicando que a comida é vegetariana e pode ser comida por budistas de princípios mais rígidos. Também é bordada com frequência nos colarinhos das blusas das crianças chinesas, para os proteger de maus espíritos.
Mapas do metrô de Taipei, onde a suástica-esquerda representa os templos, junto à cruz que indica igrejas cristãs.
Em 1922 o movimento sincrético chinês "Daoyuan" fundou uma associação filantrópica denominada "Sociedade da Suástica Vermelha", copiando a ocidental Cruz Vermelha, que foi bastante atuante na China, durante as décadas de 1920 e 30.
A suástica usada na arte e escultura budistas é conhecida dentro da língua japonesa como "manji" (que, literalmente, pode ser traduzido como: caractere chinês para eternidade - 万字), e representa o Dharma, a harmonia universal, o equilíbrio dos opostos. O símbolo virado à esquerda representa amor e piedade; voltado para a direita é força e inteligência.


Jainismo


O Jainismo dá mais ênfase à suástica que o Hinduísmo. É um símbolo do progresso humano,1 e representa o sétimo Jina (Santo), o Tirthankara Suparsva. É considerada uma das 24 marcas auspiciosas, emblema do sétimo arhat dos tempos atuais. Todos os templos do Jain, assim como seus livros santos, contêm a suástica. Suas cerimônias começam e terminam com o desenho da suástica feito várias vezes em volta do altar.
Os adeptos também usam o arroz para desenhar a suástica (também conhecida por "Sathiyo" no estado indiano de Gujarat) diante dos ídolos nos templos. Os Jains colocam uma oferenda sobre esta suástica - geralmente uma fruta, um doce (mithai), uma fruta em passa ou ainda uma moeda ou cédula de dinheiro.

Zoroastrismo

Em Surakhany (a 15 km. de Baku, no Azerbaijão) existe um Ateshgah ou "Templo do Fogo", supostamente construído por volta do século VI a.C. por adoradores de Zoroastro, sobre uma fonte de gás natural (atualmente exaurida), onde ficava uma "chama eterna", que ardia noite e dia. Este templo foi também um santuário para os Parsis (adeptos de Zoroastro na Índia) e para os peregrinos hindus e sikhs. O pavilhão, quadrangular, possui inscrições em sânscrito e gravações com uma suástica.

Religiões abrâmicas

A suástica não era usada pelos adeptos das religiões Abrâmicas. Onde aparece não tem nenhum simbolismo religioso e sim meramente decorativo - eventualmente podendo ser um sinal de boa sorte. Um claro exemplo é o chão da sinagoga de Ein Gedi, construída durante a ocupação da Judeia pelo Império Romano, que era ornado com a suástica.
Algumas igrejas cristãs no período românico e gótico estavam enfeitadas com suásticas, sobretudo as do início do período românico. Suásticas são o principal motivo de um mosaico na igreja de Santa Sofia, em Kiev (Ucrânia), erguida no século XII. Também aparece como ornamento na Basílica de Santo Ambrósio em Milão. Deste período é a Catedral de Nossa Senhora, em Amiens - acima citada - que foi erguida sobre um local de práticas pagãs, algo que, entretanto, nenhuma relação possui com o símbolo.
A mesquita islã "Sexta-feira" de Isfahan (Irã), e a Mesquita de Taynal em Trípoli (Líbano) possuem ambas motivos com a suástica.

Outras tradições asiáticas

Algumas fontes indicam que a imperatriz chinesa Wu (武則天) da dinastia Tang (684-704), decretou que a suástica seria usada como um símbolo alternativo para representar o sol. Como parte da lista de caracteres do idioma chinês (mandarim), a suástica  tem seu código (Unicode) U+534D (e a pronúncia segue o caractere  chinês, no cantonês, man; no mandarim, wan) para a suástica voltada para a esquerda, e U+5350  para a suástica virada à direita.

O mandarim Wan é um homófono para o número 10 mil, que é usado para representar o todo da criação, no Tao Te Ching, o livro basilar do taoísmo.
No Japão, a suástica é chamada manji. Desde a Idade Média é usado como um Mon - ou "brasão de armas" de algumas famílias. Na simbologia japonesa a suástica virada à esquerda e horizontal ou manji é usada para indicar o local de um templo budista. A suástica à direita é chamada de gyaku manji (逆卍 - literalmente, manji invertido), e também é chamada de kagi jūji, significando, literalmente, "cruz em gancho".


A suástica esquerda budista também aparece no emblema do Falun Gong. Isto acabou gerando problemas para os seguidores da prática, particularmente na Alemanha, onde a polícia chegou a confiscar várias bandeiras que traziam o emblema. Uma decisão judicial posterior permitiu aos seguidores alemães do Falun Gong continuarem com o uso do símbolo.

Tradições dos nativos americanos

O formato da suástica foi usado por alguns dos povos americanos. Foi encontrado em escavações junto ao rio Mississipi, como no vale do rio Ohio, e era usada por muitas tribos norte-americanas, com destaque pelos Navajos. Em cada tribo a suástica possuía uma significação distinta. Para o povo Hopi representava os clãs nômades; para os Navajos, era o símbolo usado para representar um tronco girando - imagem sagrada que evocava uma lenda usada nos rituais curativos.
A forma da suástica é um símbolo bastante antigo na cultura Kuna, de Kuna Yala, no Panamá. Para eles a imagem lembra o polvo que criou o mundo: seus tentáculos, voltados para os quatro pontos cardeais, deram origem ao arco-íris, ao sol, à lua e às estrelas.
Em fevereiro de 1925 os Kuna se revoltaram contra a supressão de sua cultura, pelo governo panamenho, e em 1930 conquistaram autonomia. A bandeira oficial do estado exibe a suástica, com formas e cores que variaram ao longo dos tempos: as faixas antes da cor laranja eram vermelhas, e em 1942 um círculo (representando o tradicional anel de nariz dos Kunas) foi acrescentado para diferenciá-la ainda mais do símbolo do partido nazista.

A Europa pré-cristã


brasão inglês com a fylfot.
A suástica, também chamada de "cruz fylfot", um símbolo usado em moedas do século XIX como referência a uma cunha usada como calço nas janelas das igrejas medievais, aparece como ornamento em muitos artefatos pré-cristãos, tanto com as pontas viradas para a esquerda como para a direita. Motivos similares, dentro de círculos ou formas arredondadas, foram também interpretados como formas da suástica.
Na Grécia Antiga a deusa Atena era por vezes retratada num roupão ornado por suásticas.
Uma inscrição no alfabeto ogâmico numa pedra foi encontrada em Condado de Kerry, na localidade de Anglish, que fora modificada para uso num túmulo de um cristão primitivo - e estava ornada com duas suásticas e uma Cruz Pátea. Em restos de cerimônia fúnebre pré-cristã, em Sutton Hoo, Inglaterra, foram achadas xícaras de ouro e adornos com a suástica.


A antiga cruz do sol escandinava.

O símbolo nórdico denominado cruz do Sol ou roda do Sol, forma habitualmente interpretada como uma variante da suástica, aparece frequentemente na arte antiga deste povo europeu. Também foram encontradas formas semelhantes em artefatos alemães antigos (período nômade), como uma ponta de lança encontrada em Brest-Litovsk, Rússia, ou a pedra de Snoldelev, em Ramsø, Dinamarca.
As religiões neo-pagãs Asatru e Heathenry germânicas a forma da suástica é frequentemente usada como símbolo religioso. Seus adeptos argumentam que o uso não possui qualquer implicação política que o símbolo ganhou com a ideologia nazista, lembrando as origens pré-cristãs do símbolo.
A suástica estava também presente na mitologia eslava pré-cristã. Era dedicada ao deus do Sol, chamado Svarog, e tinha o nome de Kolovrat (em polonês: kolowrót). Na República Polonesa o símbolo da suástica era popular entre os nobres. As crônicas registram que o príncipe Oleg, varangiano (um dos povos escandinavos), que no século IX junto aos seus guerreiros vikings russos conquistaram Constantinopla, havia inscrito uma suástica vermelha nos portões daquela cidade. Várias das casas nobres da Polônia, como por exemplo Boreyko, Borzym, e Radziechowski da Rutênia ostentavam suásticas em seus brasões. As famílias alcançaram a nobreza entre os séculos XIV e XV, e a cruz suástica pode ser vista em muitos livros de heráldica então produzidos.
O Museu do Vaticano contém várias amostas de cerâmica etrusca com a suástica representada.

Seicho-No-Ie

A doutrina-filosófica sincrética Seicho-No-Ie, fundada na primeira metade do século XX pelo japonês Masaharu Taniguchi, trouxe a suástica como um dos seus símbolos. A suástica ali utilizada está mais para a Cruz do Sol nórdica que para o símbolo budista.

Suástica e pureza racial

O uso da suástica era associado pelos teóricos nazistas à sua hipótese da descendência cultural ariana dos alemães. Seguindo a teoria da invasão ariana da Índia, reivindicavam os nazis que os primeiros arianos naquele país introduziram o símbolo, que foi incorporado nas tradições védicas, sendo a suástica o símbolo protótipo dos invasores brancos. Também acreditavam que o sistema de castas hindu tinha sido um meio criado para se evitar a mistura racial.
O conceito de pureza racial, adotado como central na ideologia Nazista, não utilizou nenhum dos métodos modernamente aceitos como científicos. Para Alfred Rosenberg, que procurou emprestar cientificidade às ideias de Hitler, os arianos hindus eram, a um mesmo tempo, modelo a ser copiado e uma advertência para dos perigos da "confusão" espiritual e racial que, dizia, ocorrera pela proximidade das raças distintas.
Com isto, viram-se os nazistas justificados em cooptar a suástica como um símbolo da raça ariana. O uso da suástica seria um símbolo ariano, tempos antes dos escritos de Émile-Louis Burnouf. Assim como muitos outros escritores nazis, o poeta nacionalista Guido von Listam fez acreditar que este era um símbolo exclusivamente ariano.
Quando Hitler criou a bandeira para o Partido, procurou incorporar a suástica e ainda "essas cores veneráveis que expressam nossa homenagem ao passado glorioso que tantas honras trouxe à nação alemã" (que eram o vermelho, preto e branco).
Também declarou Hitler que "o vermelho expressa o pensamento social que está sob o movimento. Branco, o pensamento nacionalista. E a suástica significa a missão a nós reservada: a luta pela vitória da raça humana ariana, e ao mesmo tempo o triunfo do ideal de trabalho criativo em si inerente, que será sempre anti-semítico." ( Mein Kampf ).

Nacionalismo - a suástica na bandeira alemã

Na realidade, a suástica já tinha seu uso como símbolo dos völkisch - movimentos nacionalistas alemães. Na obra "Deutschland Erwache" (ISBN 0-912138-69-6) Ulric da Inglaterra (sic), assim afirma:
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…o que inspirou Hitler para usar a suástica como símbolo da NSDAP já era usado pela Sociedade Thule (em alemão: Thule-Gesellschaft) considerando-se que havia muitas ligações desta com o DAP (Partido dos Trabalhadores) (…) de 1919 até o verão de 1921 Hitler usou a biblioteca Nationalsozialistische especial do Dr. Friedrich Krohn, um sócio muito ativo da Thule-Gesellschaft (…) Dr. Krohn também era dentista de Sternberg, que foi nomeado por Hitler para desenhar uma bandeira semelhante aquela que Hitler projetara em 1920 (…) durante o verão de 1920 a primeira bandeira do partido foi apresentada no Lago Tegernsee (…) sua fabricação foi caseira (…) não foram preservadas as primeiras bandeiras, e a bandeira do Ortsgruppe München foi então considerada como a primeira bandeira do Partido.
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José Manuel Erbez diz:
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A primeira vez que a suástica foi usada com um significado "ariano" foi em 25 de dezembro de 1907, quando os auto-denominados Ordem dos Novos Templários, uma sociedade secreta fundada por Adolf Joseph von de Lanz Liebenfels, içou no Castelo de Verfenstein (na Áustria), uma bandeira amarela com uma suástica e quatro flores-de-lis.
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Mas o fato era que Liebenfels estava utilizando-se de um símbolo já usual.
Em 14 de março de 1933, logo após o compromisso de Hitler como Chanceler de Alemanha, a bandeira de NSDAP foi içada ao lado das cores nacionais de Alemanha. Foi adotado como a bandeira nacional exclusiva no dia 15 de setembro de 1935.
A suástica foi usada nos distintivos e bandeiras ao longo a Alemanha Nazista, especialmente pelo governo e pelo exército, mas teve seu uso por outras organizações "populares", como o Reichsbund Deutsche Jägerschaft.
As variantes do uso da suástica pelos Nazistas:
Suástica preta, com giro de 45º, sobre disco branco - símbolo do NSDAP e bandeiras nacionais;
Suástica preta, com giro de 45º, sobre um quadrado branco (exemplo, a Juventude Hitlerista)
Suástica preta, com giro de 45º, sobre fundo branco, pintada na cauda das aeronaves da Luftwaffe;
Suástica preta, com giro de 45º, sobre desenho de linhas brancas e pretas finas contornando um círculo branco (exemplo, a bandeira pessoal de Hitler, onde uma grinalda de ouro cerca o símbolo)
Suástica de braços externos curvos, formando um círculo interrompido, como a usada pela Divisão Nórdica das SS.

A suástica no Ocidente atual

O uso da suástica por Hitler e pelo Partido Nazista e, na atualidade, por neonazistas e outros grupos preconceituosos, para a maioria das pessoas do Ocidente a suástica é um símbolo associado às ideias e atos destes (O Nazismo e a supremacia branca). Por conseguinte, seu uso tornou-se um tabu em muitos países ocidentais.
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Na Alemanha de pós-guerra, por exemplo, o Código Penal (Strafgesetzbuch) tornou criminosa a exibição da suástica e outros símbolos nazistas - com exceção dos fins educacionais e com fins de demonstrar oposição ao nazismo (por exemplo, uma suástica quebrada, cruzada, etc.). Este código não deixa claro, entretanto, se fica também proibida a construção de templos budistas ou jainistas no país (estes últimos sempre possuem uma suástica na sua fachada, e seu ritual implica na criação de sete suásticas com grãos de arroz em torno do altar, durante as orações).
Na Finlândia algumas unidades militares ainda usam a suástica. Em 1944 a Força Aérea mudou o seu emblema principal, mas continuou a utilizar a suástica noutro lugar. Em 1963 a "Grã Cruz" da Ordem da Rosa Branca mudou o seu emblema. Mais recentemente (25 de outubro de 2005) um emblema oficial com a suástica foi adotado pela Força Aérea.
Na Austrália, país que recebeu muitos refugiados durante a guerra, o símbolo é legalmente considerado "racista".
Em protestos contra a invasão do Iraque muitos ativistas usaram a suástica em associação a George W. Bush. O símbolo nazista também foi usado por alguns músicos para expressar sua discordância com a política do presidente norte-americano (algo que provocou certa controvérsia, no meio artístico).
Fundado nos anos 70 o Raëlismo — uma seita religiosa que acredita na possibilidade da imortalidade do corpo através do progresso científico — usa um símbolo que foi objeto de considerável controvérsia: a Estrela de David e a suástica entrelaçadas. Em 1991 o símbolo foi modificado, removendo-se a suástica, evitando-se assim a reprovação pública.
A "Society for Creative Anachronism" (Sociedade para o Anacronismo Criativo), que visa o estudo e diversão segundo a Idade Média e o Renascimento, impõem restrições para o uso da suástica em suas filiais - embora algumas delas mais modernas usem o símbolo.
Em 2002 a China exportou para o Canadá alguns brinquedos (como um panda gigante) em que a suástica aparecia, o que provocou muitas reclamações naquele país. Antes, em 1995 a cidade norte-americana de Glendale, na Califórnia, teve de cobrir mais de 900 postes de iluminação, marcados com a suástica - embora estes tenham sido fabricados por uma companhia norte-americana antes dos anos 20, e nada tivessem a ver com o nazismo.
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Na Índia, após a sua independência, a variação circular (semelhante à Cruz do Sol nórdica - que se vê na imagem ao lado) as cédulas eleitorais foram timbradas com este símbolo que, desde então, está associado aos pleitos eleitorais.

Brasil

No Brasil, o uso da suástica para fins nazistas constitui crime, de acordo com a lei 9.459, de 1997, como dispõe o parágrafo primeiro do seu artigo 20:3
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

Referências

William Thomas Pavitt e Kate Pavitt, The Book of Talismans, Amulets and Zodiacal Gems (1922), Capítulo II, Talismãs de raças primitivas - O machado - A ponta da lança - A suástica - A serpente - Triângulos entrelaçados

A. H. Sayce, The Hittites: The Story of a Forgotten Empire (1888), Chapter VIII. Hittite Trade and Industry

Lei Nº 9.459, de 13 de maio de 1997. Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos. Página visitada em 21 de setembro de 2010. 

Fonte:https://www.facebook.com/220266341432872/photos/a-su%25C3%25A1stica-ou-cruz-gamada-%25C3%25A9-um-s%25C3%25ADmbolo-m%25C3%25ADstico-encontrado-em-muitas-culturas-em-/437286663064171/




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