CIENTISTAS RESOLVEM MISTÉRIO DA ORIGEM DE STONEHENGE, E TESTE DE DNA REVELA A ORIGEM DO POVO QUE CONSTRUIU STONEHENGUE

 


Agentes de segurança patrulham o perímetro do círculo de pedras de Stonehenge durante o por do sol, onde as celebrações oficiais do Solstício de Verão foram canceladas devido à propagação da doença por coronavírus (Covid-19), perto de Amesbury, na Grã-Bretanha, em junho de 2020 — Foto: Toby Melville/Reuters/Arquivo

Agentes de segurança patrulham o perímetro do círculo de pedras de Stonehenge durante o por do sol, onde as celebrações oficiais do Solstício de Verão foram canceladas devido à propagação da doença por coronavírus (Covid-19), perto de Amesbury, na Grã-Bretanha, em junho de 2020 — Foto: Toby Melville/Reuters/Arquivo

Cientistas resolvem mistério da origem de Stonehenge



Testes geoquímicos indicam que pedras do monumento compartilham uma origem comum com um lugar chamado West Woods, a cerca de 25 km de distância

 Cientistas resolveram um grande mistério sobre o Stonehenge determinando o local de origem de muitos dos megalíticos que compõem o famoso monumento em Wiltshire, na Inglaterra, graças a uma amostra do núcleo mantida nos Estados Unidos por décadas.

Testes geoquímicos indicam que 50 dos 52 megalítico de arenito cinza-claro de Stonehenge, conhecidos como sarsens, compartilham uma origem comum com um local chamado West Woods, a cerca de 25 km de distância, disseram pesquisadores nesta quarta-feira (29).

Os sarsens foram erguidos em Stonehenge por volta do ano 2500 aC. O maior tem 9,1 metros de altura. O mais pesado pesa cerca de 30 toneladas.


"As pedras sarsen compõem o icônico círculo externo e a ferradura central de trilithon (duas pedras verticais que sustentam uma pedra horizontal) em Stonehenge. São enormes", disse o geomorfólogo David Nash, da Universidade de Brighton, que liderou o estudo publicado na revista Science Advances.

"Como eles foram levados para o local ainda é objeto de especulação", acrescentou Nash. "Dado o tamanho das pedras, elas devem ter sido arrastadas ou transportadas em rodas para Stonehenge. Não sabemos a rota exata, mas agora pelo menos temos um ponto de partida e um ponto final".

As pedras azuis menores de Stonehenge haviam sido anteriormente atribuídas à Pembrokeshire, no País de Gales, a 250 km, mas a origem dos sarsens desafia esta identificação.


Uma amostra do núcleo sarsen, extraída durante um trabalho de conservação no final da década de 1950 quando barras de metal foram inseridas para estabilizar um megalítico rachado, forneceu informações cruciais. Ela foi dada como uma lembrança a um homem chamado Robert Phillips, que trabalhava para a empresa envolvida no trabalho de conservação e estava no local durante a perfuração.

Phillips a levou com permissão quando migrou para os Estados Unidos em 1977, onde morou em Nova York, Illinois, Califórnia e finalmente na Flórida, disse Nash. Phillips decidiu devolvê-la à Grã-Bretanha para pesquisa em 2018. Ele morreu este ano.

Os pesquisadores analisaram fragmentos da amostra para estabelecer a impressão digital geoquímica do sarsen do qual ela foi tirada. Essa impressão digital combinava com o arenito ainda em West Woods e todos, exceto dois dos Stonehenge sarsens.

"Espero que o que descobrimos", disse Nash, "permita que as pessoas entendam mais sobre o enorme esforço envolvido na construção do Stonehenge".


Fonte:https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/07/29/cientistas-resolvem-misterio-da-origem-de-stonehenge.ghtml


Teste de DNA revela origem do povo que construiu Stonehenge


Os antepassados ​​da civilização que construiu Stonehenge teriam viajado pelo Mediterrâneo até chegar à Grã-Bretanha.


Os antepassados ​​da civilização que construiu Stonehenge - monumento do Período Neolítico localizado no condado de Wiltshire, no interior da Inglaterra - viajaram pelo Mediterrâneo até chegar à Grã-Bretanha.

É o que mostra um estudo publicado na revista científica Nature Ecology & Evolution.

Pesquisadores britânicos compararam amostras de DNA extraídas de restos mortais neolíticos encontrados na região com o de pessoas que viveram na Europa na mesma época.

Elas parecem ter saído da Anatólia (atual Turquia) para a Península Ibérica antes de seguirem para o norte. E chegaram à Grã-Bretanha por volta de 4.000 a.C.

Esta migração foi parte de um grande êxodo de habitantes da Anatólia em 6.000 a.C., movimento que introduziu a agricultura na Europa.

Antes disso, a Europa era povoada por pequenos grupos nômades que caçavam animais e colhiam plantas silvestres.

Um grupo de agricultores primitivos seguiu o rio Danúbio até a Europa Central, enquanto outro avançou para o oeste pelo Mediterrâneo.

As amostras de DNA revelam que os britânicos do Neolítico eram em grande parte descendentes dos grupos que pegaram a rota do Mediterrâneo, beirando a costa ou percorrendo as ilhas de barco.


Tradição de monumentos


Quando os pesquisadores analisaram o DNA dos primeiros agricultores da Grã-Bretanha, descobriram que eles se pareciam mais com os povos neolíticos da Ibéria (atual Espanha e Portugal) - descendentes daqueles que haviam viajado pelo Mediterrâneo.

Da Ibéria, ou de algum lugar próximo, esses agricultores mediterrâneos partiram rumo ao norte, passando pela França. Eles podem ter entrado na Grã-Bretanha pelo País de Gales ou pelo oeste ou sudoeste da Inglaterra.

De fato, as datas definidas pela técnica de datação por radiocarbono indicam que o povo neolítico chegou ligeiramente mais cedo no oeste, mas isso continua sendo tema para estudos futuros.

Além da agricultura, os migrantes neolíticos que chegaram à Grã-Bretanha parecem ter introduzido a tradição de construir monumentos usando grandes pedras conhecidas como megalitos. Stonehenge, em Wiltshire, é um exemplo desta prática.

Embora a Grã-Bretanha fosse habitada por grupos de "caçadores-coletores ocidentais", quando os agricultores chegaram em aproximadamente 4.000 a.C., as amostras de DNA mostram que os dois grupos não se misturaram muito.

Os caçadores-coletores britânicos foram quase completamente substituídos pelos agricultores neolíticos, à exceção de um grupo no oeste da Escócia, que manteve uma elevada ascendência local. Isso pode ter ocorrido simplesmente pelos grupos de agricultores estarem em número maior.

"Não encontramos nenhuma evidência detectável de ancestrais caçadores-coletores britânicos locais nos agricultores neolíticos depois que eles chegaram", disse o coautor Tom Booth, especialista em DNA antigo do Museu de História Natural de Londres.

"Isso não significa que eles não se misturassem de forma alguma, quer dizer apenas que talvez o tamanho da sua população fosse pequeno demais para deixar qualquer tipo de legado genético."

Equipe de cientistas reconstruíram o que acreditam ter sido o rosto do ‘Homem de Cheddar’ — Foto: BBC

Equipe de cientistas reconstruíram o que acreditam ter sido o rosto do ‘Homem de Cheddar’ — Foto: BBC

Povo Beaker


Mark Thomas, coautor do estudo e professor da University College London (UCL), afirmou que os agricultores neolíticos provavelmente tiveram de adaptar suas práticas a diferentes condições climáticas enquanto se deslocavam pela Europa.

Mas quando chegaram à Grã-Bretanha, já estavam "equipados" e bem preparados para cultivar as terras em meio ao clima típico do noroeste da Europa.

O estudo também examinou o DNA dos caçadores-coletores britânicos. Um dos esqueletos analisados ​​foi o do Homem de Cheddar, um dos britânicos mais antigos de que se tem registro, cujos restos mortais datam de 7.100 a.C.

As amostras de DNA apontam que, assim como a maioria dos caçadores-coletores europeus da época, o Homem de Cheddar tinha a pele escura e os olhos azuis.

No ano passado, o Museu de História Natural de Londres fez uma reconstrução detalhada de seu rosto, utilizando um scanner de alta tecnologia.

A análise genética dos agricultores neolíticos mostra, em contrapartida, que eles tinham a pele mais clara, olhos castanhos e cabelos pretos ou castanho-escuros.

Perto do fim do período Neolítico, em cerca de 2.450 a.C., os descendentes dos primeiros agricultores foram quase totalmente substituídos pela chegada de um novo povo - chamado "povo Beaker" - que migrou da Europa continental.

A Grã-Bretanha viveu então duas mudanças genéticas extremas no intervalo de apenas alguns milhares de anos.

Segundo Thomas, este evento posterior aconteceu depois que a população neolítica estava em declínio há algum tempo, tanto na Grã-Bretanha quanto na Europa.

Ele advertiu contra explicações simplistas que remetem a conflitos - segundo ele, as transformações acabaram se resumindo a fatores econômicos - como quais estilos de vida eram os mais adequados para explorar o território.

"É difícil ver se as duas [mudanças genéticas] poderiam ter algo em comum - são dois tipos muito diferentes de mudança. Há especulações de que elas são até certo ponto colapsos populacionais. Mas as razões sugeridas para os dois colapsos são diferentes, então pode ser apenas coincidência", explica Booth.


Fonte:https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/04/16/teste-de-dna-revela-origem-do-povo-que-construiu-stonehenge.ghtml

 

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