'PIRÂMIDE SUBMERSA NO JAPÃO E O POVOADO MAIS PECAMINOSO': MAPA MOSTRA CIDADES PERDIDAS AO REDOR DO MUNDO

  'Pirâmide submersa no Japão e o povoado mais pecaminoso do mundo': mapa mostra cidades perdidas ao redor do mundo


'Pirâmide submersa no Japão e o povoado mais pecaminoso': mapa mostra cidades perdidas ao redor do mundo

Retratada em diversas histórias e lendas, o mito de Atlântida tem origem nos escritos de Platão e, até hoje, desperta a curiosidade; conheça e explore a localização de outras cidades perdidas

Por O Globo com agências internacionais — Rio de Janeiro

23/01/2024 05h11  Atualizado há 2 semanas

Cidades perdidas fascinam a humanidade há milênios. Atlântida, descrita pelo filósofo grego Platão por volta de 360 a.C, é uma delas — mas, apesar de inúmeras teorias, até o momento, a história é apenas uma lenda antiga. Mas há outras, como uma possível "cidade amaldiçoada" na Alemanha ou uma pirâmide subaquática no Japão, que despertam a curiosidade. O GLOBO apresenta uma lista de localizações remotas e misteriosas, alvos de pesquisas científicas.



Thonis Heracleion (Egito)

Construída há cerca de 2.700 anos, essa cidade escondida na costa de Alexandria afundou após ser atingida por um terremoto. Thonis Heracleion foi a porta de entrada do Antigo Egito para o Mediterrâneo e, como toda cidade portuária, teve sua prosperidade associada a uma expansão interligada de ilhas e pântanos.


Placa de pedra é conhecida como O Decreto de Sais, detalhada com hieróglifos perfeitamente preservados. Este é apenas um dos muitos artefatos encontrados que dão uma ideia da antiga cidade de Thonis Heracleion — Foto: Christoph Gerigk
Placa de pedra é conhecida como O Decreto de Sais, detalhada com hieróglifos perfeitamente preservados. Este é apenas um dos muitos artefatos encontrados que dão uma ideia da antiga cidade de Thonis Heracleion — Foto: Christoph Gerigk

Ela foi encontrada por volta dos anos 2000, quando mergulhadores e arqueólogos faziam uma expedição de mergulho. Historiadores de mitologia afirmam que esta foi a cidade em que Hércules chegou pela primeira vez na África e ainda onde Helena (ainda de Esparta) havia se refugiado alguma vez.

Rungholt (Alemanha)

Encontrada em 2023 por pesquisadores e conhecida como a "Atlântida da Alemanha", essa cidade já foi um rico centro comercial no Mar do Norte com cerca de 3 mil moradores. A falta de evidência do local questionou estudiosos por séculos sobre a veracidade de sua existência. Segundo a lenda, a cidade teria afundado por uma punição divina contra a folia e os excessos hedonísticos de seus habitantes em 1362. As ruínas da cidade estão enterradas a cerca de 40 metros abaixo das planícies da costa norte da Alemanha.


Pesquisadores examinam vestígios da cidade perdida Rungholt, na Alemanha — Foto: Ruth Blankenfeldt
Pesquisadores examinam vestígios da cidade perdida Rungholt, na Alemanha — Foto: Ruth Blankenfeldt

Atlit Yam (Israel)

Israel abriga um dos maiores e mais antigos assentamentos submersos já descobertos, conhecido como Atlit Yam. As ruínas, situadas no mar ao largo da costa de Israel, próxima à moderna cidade de Atlit, remontam a 7.000 a.C. e ocupam uma área de 40.000 metros quadrados.

O povo que habitava Atlit Yam vivia no antigo litoral, e se dedicava a agricultura e a pesca para garantir sua subsistência. Contudo, o aumento do nível do mar gradualmente contaminou os poços e submergiu toda a cidade ao longo do tempo. Apesar da incrível antiguidade, a cidade permanece notavelmente bem preservada. Os esqueletos repousam intactos em suas sepulturas, e os arqueólogos descobriram vestígios de gorgulhos antigos nos silos de cereais agora submersos.

Cientistas encontraram um estranho círculo de pedras no assentamento subaquático da cidade perdida de Atlit Yam, em Israel — Foto: Hanay / Wikimedia Commons
Cientistas encontraram um estranho círculo de pedras no assentamento subaquático da cidade perdida de Atlit Yam, em Israel — Foto: Hanay / Wikimedia Commons

Além disso, chama a atenção um enigma peculiar encontrado no local: um círculo de pedras misterioso que permanece submerso, adicionando um toque de fascínio ao legado de Atlit Yam.

PAVLOPETRI (GRÉCIA)

Na Grécia, Pavlopetri é um notável vestígio que lança luz sobre a possível influência da civilização minoica, frequentemente associada à lendária Atlântida de Platão. Os minoicos, antigos habitantes da Grécia, exerceram seu domínio considerável de cerca de 3.000 a 1.100 a.C., tendo Creta como o epicentro de seu poder.


A cidade submersa de Pavlopetri, localizada no sul de Lacônia, é um dos registros mais bem preservados deste império da Idade do Bronze. Seu estabelecimento inicial, aproximadamente 5.000 anos atrás, por volta de 2.800 a.C., a transformou em uma maravilha da organização antiga, abrigando uma população de cerca de 2 mil pessoas.

Pavlopetri, uma cidade submersa no sul da Lacônia, é um dos vestígios mais bem preservados do Império Minóico — Foto: Handout / Jon Henderson / University of Nottingham
Pavlopetri, uma cidade submersa no sul da Lacônia, é um dos vestígios mais bem preservados do Império Minóico — Foto: Handout / Jon Henderson / University of Nottingham

Este sítio arqueológico revela casas geminadas, jardins e ruas meticulosamente planejadas, proporcionando uma visão rara do poder e da complexidade desta civilização avançada, e ao meso tempo primitiva. Pavlopetri é uma janela para o passado, sugerindo uma riqueza de conhecimento sobre essa sociedade antigamente poderosa.

MONUMENTO YONAGUNI (JAPÃO)

No Japão, o Monumento Yonaguni, descoberto em 1987 por Kihachiro Aratake, um mergulhador local, surpreendeu ao revelar uma vasta pirâmide na costa das ilhas Ryukyu, no sul do país.


A estrutura de 50 por 20 metros apresenta degraus de pedra aparentemente esculpidos, sendo anteriormente apelidada de "Atlântida do Japão". Especialistas acreditam que essa 'pirâmide' empilhada tem idade superior a 10 mil anos.

Embora algumas teorias sugiram uma construção por uma antiga supercivilização, também existe a possibilidade de uma explicação mais sensata. Semelhante à Calçada dos Gigantes, no Reino Unido, essa formação poderia ser simplesmente um fenômeno natural de basalto, propenso a criar fraturas extremamente retas.

PORT ROYAL (JAMAICA)

Em Port Royal, Jamaica, a imagem de uma cidade submersa geralmente evoca eventos ocorridos em um passado distante. No entanto, o momento cataclísmico dessa cidade ocorreu há menos de 400 anos. Embora agora seja reconhecida como o local da moderna Port Royal e, principalmente, como a sede do Aeroporto Internacional Norman Manley, esta área teria sido um notório centro de piratas.


A cidade ganhou fama por sua associação com bebida, profissionais do sexo e violência, sendo apelidada de "a cidade mais perversa e pecadora do mundo". No ano de 1692, um terremoto devastador atingiu a região, o que ocasionou seu sumiço e na morte de cerca de 2 mil pessoas. Surpreendentemente, muita casas ainda permanecem intactas, preservadas com alguma integridade logo abaixo das águas costeiras.

BAIAE (ITÁLIA)

Em Baiae, Itália, embora tenha desaparecido ao longo do tempo, há dois mil anos, essa região poderia ser considerada a "Las Vegas italiana". Era uma autêntica Cidade Romana do Pecado, onde a elite rica do império buscava relaxar e se divertir. A cidade ganhou notoriedade por suas fontes termais e abrigava um spa que seria terapêutico na época.

No Golfo de Nápoles, ainda é possível encontrar estátuas e mosaicos, são os restos da cidade romana de Baiae, com 2.000 anos de idade, que foi destruída por atividades sísmicas — Foto: ANDREAS SOLARO / AFP
No Golfo de Nápoles, ainda é possível encontrar estátuas e mosaicos, são os restos da cidade romana de Baiae, com 2.000 anos de idade, que foi destruída por atividades sísmicas — Foto: ANDREAS SOLARO / AFP

Contudo, a atividade sísmica presente na região eventualmente fez a cidade desaparecer para o Golfo de Nápoles. Mosaicos intrincados e estátuas de mármore foram descobertos pelos pesquisadores, e ainda é possível ver os vestígios dos banheiros e até mesmo dos viveiros de peixes usados para criar enguias.


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