SÍMBOLOS E OBJETOS DO BUDISMO

  





Saiba quais são as 5 principais representações de Buda na Meditação de acordo com o Budismo Tibetano

- Foto: Shutterstock Images

SÍMBOLOS E OBJETOS DO BUDISMO

Existem inúmeros símbolos budistas, cada um carrega um significado, ensinamento ou mensagem. Entre os primeiros símbolos budistas estão as Pegadas do Buda, a Roda do Dharma, a Flor de Lótus, a Triratna, e a Árvore Bodhi. À medida que o budismo começa a expandir-se e outras escolas surgem, também novos símbolos e objetos emergem. Neste extenso artigo são apresentados os símbolos mais importantes e conhecidos do Budismo. Podem existir algumas variações dos significados consoante as escolas e interpretações.

É importante entender que estes símbolos nada mais são do que lembretes do Dharma e não o próprio Dharma. Estes símbolos são dignos de respeito pelo que representam, pela mensagem ou pelo simbolismo que transmitem, mas é importante que não os transformemos em ícones dogmáticos e em mais um objeto de apego. Eles são upaya, isto é, meios hábeis, um apoio para a prática budista, mas nós definitivamente não precisamos deles para encontrar a paz interior e alcançar o Nirvana.

Imagens do Buda

O símbolo budista mais universal e facilmente reconhecido é a imagem do Buda sentado na posição de meditação. A imagem representa o potencial para o despertar, aspirações e ideias dos budistas. Para muitos budistas ela também transmite a profunda paz interior e contentamento que encontram no budismo. Mesmo para quem não é budista a imagem ao longo dos tempos tem sido associada à calma e à paz.

O Buda pode ser representado com diferentes gestos, cada um deles com um significado. Além da postura de meditação, que é a mais conhecida, também é frequente o Buda ser representado em pé e deitado. Todos os detalhes estão carregados de simbolismo e representam algum ensinamento e/ou qualidades cultivadas na prática budista. Geralmente o Buda é a peça central de um altar budista.

A imagens do Buda surgiu pela primeira vez durante o período de Gandhara, fruto das interações entre budistas e gregos. Além da imagem do Buda histórico, também são representados outros Budas, como Amitabha e Maitreya, e também Bodhisattvas, como Kṣitigarbha, Avalokiteśvara, Samantabhadra, Mañjuśrī, etc.

Roda do Dharma

A Roda do Dharma, ou Dharmachakra, é um dos símbolos mais antigos e importantes do budismo e, a seguir à imagem de Buda é provavelmente o mais conhecido.

Roda do Dharma

Na maioria dos casos a Roda do Dharma é feita com 8 raios ou hastes e 3 remoinhos no centro, mas também existem representações com 12, 24 e até 31 raios. Os 8 raios da roda simbolizam o Nobre Caminho Óctuplo (que é um ensinamento central). Quando é representada com 12 raios está simbolizado os 12 Elos da Origem Dependente. Quando é representada com 24 é simbolizado os 12 Elos da Origem Dependente e a sua inversão. A roda de 24 raios também é chamada de Ashoka Chakra. E quando a roda tem 31 raios é simbolizado os 31 planos de existência da cosmologia budista.

Os 3 remoinhos representam as 3 Joias (Buda, Dharma e Sangha) ou os 3 Treinos (sila, samadhi e pañña). O movimento cíclico de uma roda também é usado para simbolizar a natureza cíclica da existência. E o círculo representa a perfeição do Dharma. Pequenas variações nos significados podem existir entre as escolas budistas.

Diz-se que o Buda colocou a “Roda do Dharma” em movimento quando deu o seu primeiro ensinamento descrito no Dhammacakkappavattana Sutta.

Entre os mais antigos exemplos existentes de uma Roda do Dharma estão os pilares erguidos por Ashoka (304-232 aC), um imperador que governou muito do que hoje é a Índia. Ashoka foi um grande patrono do budismo e encorajou muito a sua disseminação, embora nunca o tenha imposto aos seus súbditos. Muitos dos grandes pilares que Ashoka ergueu no seu reino ainda hoje estão de pé. Os pilares contêm éditos, sendo que alguns dos quais encorajam as pessoas a praticar a ética budista e a não-violência. Eles são decorados com Rodas do Dharma de 24 raios e no topo têm pelo menos um leão, representando o governo de Ashoka.

Hoje em dia a Roda do Dharma representa o budismo, da mesma forma que a cruz representa o cristianismo e a estrela de Davi representa o Judaísmo. No Budismo Vajrayana é considerado um dos 8 símbolos auspiciosos. Este é também um dos símbolos sul-asiáticos mais antigos.

Pegadas do Buda

As pegadas do Buda, ou Buddhapada, são uma das representações iniciais do Buda na arte budistas. Representa uma impressão do pé ou pés do Buda e é um lembrete de que o Buda realmente existiu como ser humano e andou neste terra. As pegadas são frequentemente encontradas em lajes de pedra e geralmente decoradas com algum outro símbolo budista, como a Roda do Dharma, Flor de Lótus, Triratna e Suástica.

Pegados do Buda, Templo Mahabodhi, Bodhgaya
Escultura das Pegadas do Buda no recinto do Templo Mahabodhi, em Bodhgaya, Índia. Fotografia: Ricardo Sousa / Olhar Budista.

Flor de Lótus

Outro símbolo reconhecível do budismo é a famosa flor de lótus, ou Paduma. A flor de lótus cresce em lagoas e para florescer atravessa a água lamacenta até finalmente atingir a superfície. Mesmo que o lótus tenha as suas raízes nas águas mais turvas, produz a mais bela flor. Nas escrituras budistas o Buda se compara a um lótus. Assim como a flor de lótus brota da água lamacenta sem ficar com qualquer nódoa, o Buda se eleva neste mundo livre de impurezas.

O lótus aparece frequentemente na arte e escrituras budistas e, o Buda é frequentemente retratado sentado em cima de uma grande flor de lótus. Segundo a lenda quando o Buda nasceu, dos seus passos na terra cresceram flores de lótus. No Tibete diz-se que Padmasambhava, considerado como um segundo Buda, nasceu do lótus. No Budismo Vajrayana é considerado um dos 8 símbolos auspiciosos.

Árvore Bodhi

A Árvore Bodhi (Bodhirukka) ou “Árvore do Despertar” foi uma grande figueira (ficus religiosa) sob a qual Siddhartha Gautama alcançou o despertar. A atual Árvore Bodhi é uma descendente da antiga árvore e fica localizada em Bodhgaya, na Índia. Junto à árvore fica o Templo Mahabodhi e o bodhimanda (lugar do despertar), que é o local onde Siddhartha sentou-me em meditação até atingir o despertar e se tornar num Buda. Ramos e mudas dessa árvore foram enviadas para outros templos e regiões.

Templo Mahabodhi, Bodhgaya
Templo Mahabodhi e Árvore Bodhi em Bodhgaya, Índia. Fotografia: Ricardo Sousa / Olhar Budista.

Triratna

Representa as Três Joias do Budismo (Buda, Dharma e Sangha).

Cabeça Rapada e Manto Budista

Desde os tempos do Buda que monges rapam a cabeça. Monges budistas não rapam as suas cabeças como uma declaração de moda, eles o fazem como um símbolo – e um lembrete – de renúncia aos desejos sedentos e apegos mundanos. Siddhartha Gautama quando era um príncipe tinha longos cabelos, isso era um símbolo da sua posição social. Quando ele corta os cabelos renuncia à sua condição de príncipe, ele deixa de pertencer a qualquer casta. Monges e monjas vestem a mesma roupa e rapam a cabeça, de forma que a partir desse momento são todos iguais na possibilidade de alcançar a iluminação e, portanto, iguais na Ordem, sem qualquer distinção. Saiba mais sobre a cabeça rapada clicando na ligação.

O manto budista tem um significado semelhante à cabeça rapada e também é usado desde os tempos de Buda. Saiba mais sobre o manto budista clicando na ligação.

Tigela de Mendicância

A tigela de mendicância ou tigela de esmolas, juntamente com as vestes budistas, são as poucas posses dos monges e monjas budistas (bhikkhus e bhikkhunis). A tigela é um objeto prático que é usado para coletar esmolas de alimentos. Siddhartha Gautama antes de se tornar um Buda vivia emerso no prazer que a vida de príncipe lhe proporcionava. Quando ele abandona o palácio e começa a sua busca espiritual se envolve em práticas austeras, ele comia tão pouco que ficou esquelético e perto da morte. Quando estava no seu limite, uma jovem chamada Sujata oferece-lhe uma tigela de arroz doce com leite. Siddhartha recupera a sua vitalidade e passa a seguir o “Caminho do Meio“, entre o extremo hedonismo e o extremo das praticas austeras, até que por fim alcança o grande despertar. A tigela de mendicância é por isso também um símbolo do “Caminho do Meio”.

Trono Vazio

Vajrasana no início do século 20. Domínio Público.

O Trono Vazio, ou Bodhimanda, é um termo que significa assento ou plataforma do despertar e é um símbolo anicónico que foi usado na arte budista primitiva. O bodhimanda mais famoso é o Vajrasana (Trono do Diamante), em Bodhgaya, que assinala o local onde Siddhartha Gautama sentou-se e alcançou o grande despertar, ou iluminação. Foi construído pelo rei Ashoka por volta de 250 aC. O Vajrasana, tal como sobreviveu, é uma laje grossa de arenito esculpida com vários padrões. Os textos tibetanos também usam o termo Vajrasana para se referirem a Bodhgaya. Existem Bodhimandas associados a Bodhisattvas e a outros locais.

Nó Infinito (ou nó sem fim)

O Nó infinito é um dos 8 símbolos auspiciosos do budismo Vajrayana e possui vários significados. Ele ensina sobre a interdependência, ilustrando que tudo está interconectado e em simbiose; simboliza o Samsara (ciclo de nascimento, morte e renascimento), o karma (causa e efeito), o entrelaçamento entre a sabedoria e compaixão, etc.

Vaso do Tesouro

O vaso do tesouro é um símbolo da vida longa e da abundância espiritual. Representa os ensinamentos do Buda, que são como um tesouro inesgotável e que nunca se esvazia, não importa quantos ensinamentos sejam dados, os ensinamentos do Buda permanecerão abundantes e encherão os nossos corações e mentes. Também simboliza a conclusão das aspirações espirituais. É um dos 8 símbolos auspiciosos do budismo Vajrayana.

Dois Peixes Dourados

O Símbolo dos Dois Peixes Dourados é composto por dois peixes – um macho e uma fêmea. Este antigo símbolo pré-budista simboliza a fertilidade e a abundância, pois estes peixes têm muitos descendentes. Eles também representam a felicidade no budismo, porque aqueles que seguem diligentemente os ensinamentos do Buda são como peixes que migram livremente na água sem se afogarem no oceano do dukkha (sofrimentos); eles têm total liberdade e podem escolher livremente o seu renascimento. É um dos 8 símbolos auspiciosos do budismo Vajrayana.

Guarda-Sol

O guarda-sol tradicional indiano era usado quase exclusivamente pela realeza como forma de proteção contra o calor do sol tórrido e outras adversidades. Quando o Buda era um príncipe, os servos seguravam um guarda-sol sobre ele para o protegerem do sol, poeira e chuva. Como símbolo budista, o guarda-sol simboliza o Dharma que protege o seu praticante do sofrimento, desejo sedento, raiva e ignorância. A cúpula do guarda-sol simboliza a sabedoria e a saia suspensa, a compaixão. Juntos, eles representam a união desses dois elementos – sabedoria e compaixão. . É um dos 8 símbolos auspiciosos do budismo Vajrayana.

Concha

No budismo a concha branca simboliza o destemor de ensinar a verdade do Dharma e de trabalhar para o bem dos outros. A concha também simboliza a propagação do ensinamento do Buda, que se expande em todas as direções, como o som de uma buzina. De acordo com o budismo e o hinduísmo, a concha também está associada à fala verdadeira e honesta e à vitalidade. A concha é usada em cerimónias e usada para convocar uma assembleia. É um dos 8 símbolos auspiciosos do budismo Vajrayana.

Bandeira da Vitória

A bandeira da vitória é formada por uma bandeira tubular montada num longo poste de madeira. No topo do estandarte há um pequeno guarda-sol encimado por uma joia. Originalmente, a bandeira da vitória era uma insígnia militar usada nas guerras da antiga Índia, que exibia os arsenais ou o logotipo de cada clã. A bandeira da vitória foi utilizada pelos primeiros budistas como um símbolo do despertar do Buda e da vitória do conhecimento sobre a ignorância. Ela também expressa o triunfo do Buda sobre ilusões como a raiva, medo, desejo sedento, ganância e orgulho. Faz parte dos 8 símbolos auspiciosos do budismo Vajrayana.

Stupa

stupa é uma construção hemisférica. São monumentos que podem conter relíquias do Buda, dos seus discípulos, de mestres posteriores ou de objetos considerados sagrados ou importantes. Servem também para comemorar acontecimentos ligados ao budismo, simbolizarem e representarem aspetos da doutrina budista. São marcos para perdurarem e inspirarem ao longo do tempo. Assim como os templos budistas, o estilo e a aparência das stupas variam de país para país, mas a estrutura fundamental permanece a mesma. Em muitos locais onde o budismo floresceu, hoje o que existe são apenas edificações do passado que nos conta a sua história. As edificações budistas são locais que oferecem condições propícias à prática para toda a comunidade.

Suástica

Infelizmente, no mundo ocidental a suástica é sinónimo da ideologia nazista, mas na verdade a antiga suástica é um dos símbolos mais antigos da terra.

A suástica é um símbolo de auspiciosidade, paz, boa sorte e positividade, anterior à civilização do Vale do Indo e é encontrada com diversas variações na arte de muitas culturas: egípcias, romanas, celtas, gregas e até de nativos americanos. Ela também é usada na matemática védica. A tradução sânscrita significa “ser bom” ou “estar com o eu superior”. Na China a suástica representa o número dez mil (wan), significando o infinito e a auspiciosidade.

Buda no “Fo Guang Shan Buddha Museum”, em Taiwan.

O símbolo é amplamente utilizado no leste da Ásia para representar o budismo e os templos budistas. Ele pode ser visto em imagens de Buda e em templos. No Japão e Taiwan também é utilizado para assinalar a comida vegetariana.

Lamentavelmente, os nazistas adotaram este símbolo, o giraram no sentido anti-horário e o transformaram no símbolo de descriminação, ódio e massacre que todos conhecemos. Esperemos que com o tempo este símbolo recupere no Ocidente o seu significado original de auspiciosidade.

Sinos e gongos

Desde a época do Buda, os sinos eram usados ​​para reunir monges e monjas para a prática da meditação ou outras atividades. Os sinos budistas representam a voz do Buda e o Dharma ou os ensinamentos do Buda. Também representam a sabedoria e compaixão, e em algumas tradições é usado para invocar as divindades celestiais para proteção e para afastar espíritos malignos. No budismo Mahayana e Vajrayana o sino também é um símbolo da vacuidade. A cavidade do sino representa o vazio de onde surgem todos os fenómenos e o badalo representa a forma. Conforme diz o Sutra do Coração, forma é vazio, vazio é forma. Muitos templos antigos têm sinos nas entradas que é preciso tocar antes de entrar.

Existe uma grande variedade de sinos e gongos budistas utilizados pelas diversas escolas budistas, com diferentes tamanhos e estilos, com badalo e sem badalo, com cavidade e planos, e até de madeira. Um dos formatos sem badalo mais conhecidos e amplamente utilizados é a tigela sonora, como por exemplo a tigela tibetana.

Outro dos formatos é o sino de madeira que no Zen japonês se chama Han. Esse sino simboliza o passar incessante do tempo, pois à medida que vai sendo usado ao longo dos anos, as batidas do martelo vão desgastando o próprio sino, um sinal da impermanência de todas as coisas. Quando o sino é tocado, as batidas são espaçadas e progressivamente começam a ser mais rápidas, mostrando mais uma vez a passagem do tempo. Numa das faces tradicionalmente é escrito: “A questão da vida e da morte é a mais importante de todas. Tudo é impermanente e o tempo passa rapidamente. Não desperdice a sua vida em vão.”

Tambores

Várias escolas budistas usam tambores nas suas práticas, como por exemplo para auxiliar e marcar o tempo na recitação de sutras, entre outras atividades. Assim como os sinos, existe uma enorme variedade de formatos, tamanhos e materiais que compõem os tambores usados pelos budistas. Um dos formatos que existe, e que também tem diversas variações e tamanhos, é o Peixe de Madeira (por vezes referido também como sino), e que é característico do Budismo Mahayana.

Olhos do Buda

Os Olhos do Buda são também conhecidos como os Olhos da Sabedoria e vistos em várias stupas, templos e mosteiros. Geralmente são compostos por um par de olhos, um terceiro olho entre o par, e uma forma encaracolada. Os dois olhos, que são também chamados de olhos externos ou olhos materiais, simbolizam a capacidade de ver o mundo exterior e a realidade tal como ela é. O terceiro olho, também chamado de olho interno, simboliza o despertar do Buda, a capacidade de ver o Dharma e de ver além do mundo material.

Olhos do Buda na Stupa Boudhanath, Nepal.

Vajra

O vajra é uma arma simbólica feita de latão ou bronze. É usada como objeto ritualístico e é-lhe atribuido 3 significados: resistente, luminoso e capaz de cortar. Como o diamante, o vajra esmaga todas as influências tortuosas, mas é indestrutível, como explicado no Sutra do Vajra (Diamante). Como o raio, a sua luz rompe a escuridão. Como sunyata (a natureza da realidade), ele elimina as aflições das pessoas e as visões equivocadas.

O vajra é usado no budismo chinês e tibetano. Várias figuras na iconografia tântrica são representadas segurando ou empunhando o vajra. No budismo tibetano, quase sempre é emparelhado com um sino durante os rituais. O sino está associado ao feminino enquanto que o vajra ao masculino.

Enso

O enso, também conhecido como Círculo Zen, é um dos símbolos mais conhecidos e característicos do Budismo Zen. Entre os múltiplos significados, o enso define o estado de espírito Zen, simboliza a vacuidade (sunnyata), interdependência, o estado meditativo e a iluminação budista ou, por outras palavras, o despertar. O enso é uma expressão visual do Sutra do Coração: “A forma é o vazio e o vazio é a forma”. É desenhado à mão com uma ou duas pinceladas e expressa o momento em que a mente está livre para deixar o corpo criar. Alguns artistas desenham enso como um círculo aberto, enquanto outros completam o círculo.

Roda de Orações

As rodas de orações são usadas principalmente pela tradição Vajrayana dos himalaias para espalhar bênçãos espirituais e bem-estar. Rolos de papel impressos com milhares de cópias de mantras como o Om Mani Padme Hum ou outros textos budistas, são enrolados em torno de um eixo dentro da roda e girados ao redor. Acredita-se que o poder do som giratório seja tão eficaz quanto recitar os textos sagrados em voz alta. Numa época em que a maioria das pessoas não sabia ler, esta era uma das formas dos praticantes se conectarem aos ensinamentos do Buda. Além das grandes rodas geralmente colocadas em templos, também são comuns as Rodas de Oração portáteis.

Bandeiras de Orações

Tal como a Roda de Orações, as bandeiras de orações têm origem no budismo Vajrayana. Elas podem ser vistas em templos, mosteiros, stupas, lugares sagrados e casas. Diz-se que as bandeiras promovem a paz, a compaixão, a vida longa e a sabedoria. Nelas são inscritos símbolos auspiciosos, orações e mantras. Quando as bandeiras tremulam ao vento, diz-se que emitem energia positiva que permeia a área com felicidade e bem-estar. As bandeiras de orações são compostas por conjuntos de 5, cada uma correspondente a uma das 5 sabedorias.

Rosário Budista

O rosário budista, também conhecido como mala ou japamala, geralmente consiste em 108 contas amarradas numa corda. Cada conta representa “um”, no entanto, a conta não está sozinha, está conectada com todas as outras contas para formar um fio inteiro. Como indivíduos, podemos pensar que estamos separados, mas não estamos. Estamos conectados uns aos outros, à nossa família, ao mundo. Somos todos seres vivos juntos. Um não pode existir sem o outro. O mala é usado principalmente no budismo Mahayana e Vajrayana para contar mantras ou orações, mas muitos budistas de qualquer tradição têm um mala simplesmente como um símbolo budista inspirador. Existem malas menores, geralmente fatores de 108.

Número 108

Representa as 108 kleshas ou aflições mentais a serem superadas. Outros significados também podem ser atribuídos. No Japão, no final do ano, um sino é tocado 108 vezes nos templos budistas para encerrar o ano velho e dar as boas-vindas ao novo.

Om (Aum)

O Om, também escrito como Aum, é uma sílaba mística que se originou no hinduísmo e que também está presente no budismo, principalmente no Vajrayana. No hinduísmo diz-se que o Om é o primeiro som da criação e que simboliza os três estágios da existência: nascimento, vida e morte.

O uso mais conhecido do Om no budismo está no mantra Om Mani Padme Hum, que é chamado de o “Grande Mantra Brilhante de Seis Sílabas” e está associado ao Bodhisattva da compaixão Avalokiteśvara. É dito que ao cantar ou olhar as suas sílabas, invocamos a compaixão do Bodhisattva e incutimos as suas qualidades. O Dalai Lama diz que o Om “simboliza o corpo, a fala e o discurso impuro do indivíduo; ao mesmo tempo ele simboliza a pureza do corpo, da fala e da mente do Buda.”

Mandalas

Mandala significa círculo em sânscrito. Ela designa um diagrama simbólico de uma mansão sagrada (palácio de uma divindade meditacional). Representa as qualidades de uma divindade, as qualidades da iluminação e algumas também representam o universo. As mandalas são comumente usadas pelos budistas tântricos como auxílio à meditação.

Thankha

A thangka é uma pintura budista tibetana em tecido, geralmente representando uma divindade budista, cena ou mandala. As Thangkas são tradicionalmente mantidas sem moldura e enroladas quando não estão em exibição.

Pérola

É um símbolo de riqueza espiritual. Com a sua luminosidade, torna claro todos os tesouros e ensinamentos do Buda. Representa as virtudes da sabedoria e da compaixão, as mais desejáveis ​​de todas as coisas. As pérolas também são relíquias que podem ser encontradas entre as cinzas dos mestres espirituais budistas cremados. Pode representar o conhecimento espiritual, ensinamentos, realizações ou a essência viva desses mestres espirituais.

Roda da Vida

Roda da Vida é um diagrama que representa a perambulação pelo samsara e faz parte principalmente das escolas do budismo Vajrayana.

Mandalas | Budismo Tibetano

Mudras

Os mudras são posições de mão e gestos simbólicos usados para evocar ideias e estados de espirito particulares. Mudra é uma palavra sânscrita que significa “selo”, “marca” ou “gesto”. Eles são frequentemente retratados na arte e iconografia budista e feitos durante certas práticas. Saiba mais sobre os Mudras clicando na ligação.

Elementos de um altar e oferendas

Um altar pode ser composto por vários elementos, entre os quais as oferendas. Cada elemento e oferenda tem um significado e transmite um ensinamento. Para saber mais consulte o artigo: O altar budista e a prática devocional.

Bandeira Budista

A bandeira budista foi projetada no final do século 19 e tronou-se num símbolo budista universal. É usada por budistas em todo o mundo.

Foi originalmente desenhada em 1885 por um comité no Ceilão (agora Sri Lanka) como resposta à opressão aos budistas e, para dar esperança e unificar os praticantes locais em tempos de repressão e grandes adversidades. No dia de Vesak, 28 de maio de 1885, foi içada pela primeira vez. A primeira versão tinha uma forma alongada que se mostrou inconveniente para o uso geral, então uma versão mais curta e mais parecida com uma bandeira foi desenvolvida. Em 1889, a bandeira modificada foi apresentada por Anagarika Dharmapala e Henry Steel Olcott ao imperador Meiji do Japão, e posteriormente foi apresentada na Birmânia (agora Myanmar). Em 1950 a bandeira foi adotada pela World Fellowship of Buddhists como uma bandeira budista internacional, abrindo caminho para o uso generalizado.

A bandeira é composta por 5 faixas, cada uma de uma cor diferente, e uma sexta faixa com todas as 5 cores. As cores da bandeira representam as cores da aura que se diz que emanou do corpo do Buda quando ele atingiu a Iluminação. O Azul significa a compaixão universal; o amarelo o Caminho do Meio; o vermelho as bênçãos da prática; o branco a pureza do Dharma e libertação; e o laranja a sabedoria. A faixa final, que combina todas as cinco cores anteriores, simboliza a universalidade da Verdade do Ensinamento do Buda.

Existem variações da bandeira com cores diferentes, adotadas por diversos países. Muitas vezes essas variantes são içadas com a bandeira internacional.

Protetores do Dharma

Em muitos templos e mosteiros podem ser vistas representações de seres míticos chamados de Protetores do Dharma (Dharmapala). Alguns budistas os interpretam apenas como simbologia, outros acreditam que tenham existência real. Algumas escolas e budistas dão pouca importância aos Protetores do Dharma, outras dão mais importância, como o budismo tibetano. Dependendo da escola, podem existir diversas práticas relacionadas com os Protetores do Dharma e eles podem desempenar vários papéis em diferentes aspetos do budismo.

Vários desses seres tiveram origem em divindades locais. Conforme o budismo se foi espalhando por diversos países, foi encontrando divindades, muitas dessas divindades foram absorvidas pelo budismo e “convertidas” e transformadas em Protetores do Dharma. Eles costumam apresentar uma aparência irada para afastar as forças do mal. Vários praticantes confiam nos protetores do Dharma quando buscam proteção contra por exemplo o medo.

Os Oito Dharmapalas é um agrupamento tibetano comum, que inclui os seguinte protetores: Mahakala, Yama, Yamantaka, Hayagriva, Vaisravana, Palden Lhamo, Tshangspa Dkarpo e Begtse. Outro protetor que se tornou bastante popular principalmente no japão é o Acala, ou Fudo-Myo em japonês, ele pode ser visto em vários templos, incluindo em templos Zen.

Além dos Protetores do Dharma também existe um conjunto amplo de outras divindades iradas. No budismo tântrico muitas das divindades iradas são considerados formas ferozes e aterrorizantes dos próprios Budas e Bodhisattvas. Esses seres iluminados, segundo algumas crenças, podem assumir essas formas para protegerem e ajudarem os seres sencientes confusos.

Animais e Criaturas Lendárias

O uso de símbolos de animais é uma parte da arte budista e representa a noção de que tudo o que está vivo possui uma virtude, poder e sabedoria inerente. Cada animal incorpora um conceito, virtude ou ensinamento budista, relacionado com a característica específica do próprio animal.

Cervo

No budismo, o cervo ou veado, simboliza a harmonia, paz e longevidade. Gentil, sereno e alegre, os cervos também representam a inocência e pureza. O veado simboliza ainda os ensinamentos mais essenciais do Buda e o ato de recebê-los. Historicamente, foi no Deer Park (Parque dos Cervos) que o Buda deu o seu primeiro ensinamento.

Na arte budista, o Buda é frequentemente retratado sentado numa plataforma com dois cervos ajoelhados. Algumas Rodas do Dharma são representadas com um cervo sentado em cada lado da roda, olhando fixamente para a roda, com grande alegria.

Dragão

Encontrado principalmente na China, Japão e Coreia, o símbolo do Dragão está relacionado com os Nagas, criaturas semelhantes a cobras encontradas no Cânone Páli. Os Nagas desempenham um papel importante na mitologia Theravada e Mahayana como protetores do Buda e dos sutras.

À medida que o budismo se espalhou pela China, os metafóricos Nagas foram substituídos pelo Dragão, uma criatura mítica e metafórica que faz parte da cultura chinesa há milhares de anos. Com o tempo, artistas chineses e mestres budistas começaram a usar o dragão como símbolo da iluminação. O Dragão às vezes representa também nós mesmos, o nosso próprio ego. No Chan e no Zen Budismo, “encontrar o Dragão na caverna” é uma metáfora para enfrentar os próprios medos e obstáculos mais profundos e encontrar a si mesmo. Frequentemente o Dragão é representado segurando uma pérola.

Elefante

Na Ásia, os elefantes há muito são símbolos de graça, força, honra, conhecimento e paz. Segundo a lenda a rainha Maya, mãe do Buda, sonhou com um elefante branco que lhe ofereceu um lótus branco com a sua tromba e entrou no seu ventre.

No budismo, os elefantes simbolizam a força mental e vontade de trilhar o caminho para a iluminação. Eles são tranquilos e firmes, estáveis e destemidos. As suas grandes orelhas simbolizam a disposição para ouvir o Dharma. No início da prática, a mente descontrolada é simbolizada por um elefante cinza, que destrói qualquer coisa no seu caminho e avança em direção ao sofrimento e dor. Depois de praticar e domar a mente, a mente controlada é simbolizada por um elefante branco, forte e poderoso, que pode ser direcionada para a liberação.

Cavalo

O cavalo é um símbolo de energia e esforço na prática do Dharma. As principais qualidades de um cavalo são a lealdade e rapidez, como mostrado por Kanthaka, o cavalo de Siddhartha que o ajudou a escapar do palácio e a começar sua busca espiritual. Quando Siddhartha se despediu dele, Kanthaka morreu de tristeza, mas renasceu como um deva. O relinchar do cavalo representa simbolicamente a voz do Buda que desperta as mentes sonolentas para a pratica o Dharma.

O mítico “Cavalo do Vento” é um símbolo no budismo tibetano. Combina a velocidade do vento e a força para controlar a mente e guiá-la para a liberação. É frequentemente usado em bandeiras de oração.

Leão

Templo Chines, Bodhgaya
Leão na entrada de templo chinês em Bodhgaya, Índia. Fotografia: Ricardo Sousa / Olhar Budista.

Por milhares de anos, o leão tem sido um símbolo de realeza, nobreza, força, coragem e bravura. Por essas razões, o leão simboliza as origens reais do Buda, bem como a sua força e coragem para alcançar o despertar e aliviar o sofrimento humano. Frequentemente o Buda é chamado de “Leão dos Shakyas”, como forma de reconhecimento do poder dos seus ensinamentos. A voz dos Budas é chamada de “Rugido do Leão”, uma voz poderosa, porém compassiva, que ruge o Dharma para que todos ouçam.

Estátuas de leões podem ser encontradas em pares na entrada de mosteiros e templos, elas servem como protetoras ou guardiãs do Buda e do Dharma.

Fénix

Fénix no Templo Kinkaku-ji, Japão. Fotografia: Wikimedia (Bernard Gagnon) – GFDL / CC BY-SA 2.5

A fénix é um animal mítico fortemente enraizado na cultura chinesa e japonesa. É gentil, compassivo, e incorpora valores como a dignidade, integridade e equidade. Quando um Dragão e uma Fénix são retratados juntos, eles representam o Imperador e a Imperatriz e simbolizam uma união matrimonial perfeita.

No budismo a fénix simboliza a paz e tranquilidade, aparece apenas em tempos de paz e prosperidade, e esconde-se quando há problemas. Esta criatura mítica e lendária também pode representar um iluminado renascendo das cinzas da morte do ego.

Pavão

Pavão no Templo Wat Phra That Doi Suthep, Tailândia. Fotografia: Flickr (Anandajoti Bhikkhu), cortada. – CC BY 2.0

O pavão representa a sabedoria e compaixão e é muito associado aos Bodhisattvas. Quando o pavão abre a sua cauda, ​​ela se assemelha aos mil braços da Bodhisattva Avalokiteshvara. Os pavões são capazes de comer cobras venenosas, por isso afirma-se que ele tem a capacidade de converter veneno em néctar. Da mesma forma, um Bodhisattva é capaz de transformar a ignorância em iluminação, desejo sedento em generosidade, e ódio em compaixão. Na Ásia, diz-se que quando uma pessoa está feliz ou tem pensamentos positivos, a sua mente se abre como um pavão que abre a cauda e exibe as suas belas cores.

Referências: Buddhist SymbolsZen BuddhismWiki Buddhist symbolismWiki Wrathful deitiesStudy Buddhism.

Fonte:https://olharbudista.com/2022/09/22/simbolos-e-objetos-do-budismo/


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    Roda do dharma
    Bandeira da república da Índia
    Brasão da república da Índia
    O nó infinito
    Estátuas representando a roda da lei e cervos no Templo de Jocangui, em Lhassa, no Tibete
    Estátua de Buda com cruz suástica no peito

    Ao longo de sua história, o budismo incorporou muitos símbolos dentro de sua prática, Por exemplo:

    • A roda da lei (ou dharmachakra, em sânscrito, a linguagem da antiga Índia). Corresponde ao ciclo de morte e renascimento ao qual está preso todo ser, até o instante em que alcança a iluminação e se liberta do ciclo. Também corresponde à lei que regula todo o universo, ou seja, ao Dharma. Tal lei moveria todo o universo, daí o simbolismo da roda. Outra interpretação possível seria que, através da prática do Dharma ("lei", em sânscrito) budista, o fiel conseguiria avançar no caminho da evolução espiritual. Convém ainda lembrar que a roda é um dos símbolos de Vixenu, o deus hindu da conservação. Segundo os hinduístas, Buda teria sido o nono avatar (encarnação) de Vixenu. A roda, como símbolo do transporte, ainda é uma referência ao esforço missionário de difusão do budismo pelo mundo.

    A roda da lei costuma ser representada com oito raios, numa referência ao caminho budista dos oito passos. Outra versão da roda da lei é a roda da lei de Asoca, que possui 24 raios, em referência às 24 horas do dia, simbolizando que o praticante budista deve levar uma vida correta durante as 24 horas do dia. Tal tipo de dharmachakra foi representado em muitos monumentos da época do imperador indiano Asoca e serviu como modelo para os atuais brasão e bandeira da Índia.

    • O nó infinito. Lembra que todos os eventos e seres no universo estão inter-relacionados.
    • Cervos. Buda proferiu seu primeiro discurso após atingir a iluminação espiritual em Sarnath, no Parque dos Cervos. Em muitas construções budistas, se localizam representações de cervos em lembrança deste fato.
    • Cruz suástica. Ainda que este símbolo seja mais comumente associado ao nazismo, ele em realidade é um símbolo antiquíssimo, tendo surgido muito antes do nazismo. Os antigos romanos já o representavam em suas construções. Atualmente, é um símbolo usado no hinduísmo, budismo e jainismo. É tido como um sinal de boa sorte. Representa o sol com seus raios. No cristianismo, recebe o nome de cruz gamada, por ser formada pela junção de quatro letras gregas gama.
    • Lóbulos da orelha alongados. As estátuas de Buda apresentam os lóbulos da orelha anormalmente longos, simbolizando a nobreza de Buda[1]. Uma explicação possível para este símbolo é a de que os nobres da época de Buda utilizariam muitos ornamentos nas orelhas como forma de ostentar riqueza e poder. O peso destes adornos poderiam causar o gradual alongamento dos lóbulos. Buda, devido a sua origem nobre, teria usado estes ornamentos, deformando seus lóbulos. Os lóbulos alongados e sem brincos de Buda lembrariam o fato de que Buda era rico e nobre, mas que decidira abandonar tudo isso para buscar o sentido da vida. Isto seria um exemplo de vida para todas as pessoas.
    • Saliência no alto da cabeça. É uma referência, nas estátuas de Buda, ao pleno desenvolvimento do chacra saharasra, que se localiza no alto da cabeça. Segundo a filosofia hindu, o ser humano possuiria sete chacras, ou centros de energia, ao longo de sua coluna vertebral. Ao longo de seu processo de evolução espiritual, o homem iria despertando e desenvolvendo estes chacras, começando pelo primeiro, na base da coluna, até o sétimo e último, no alto da cabeça[2]. Esta saliência no alto da cabeça nas estátuas de Buda significaria que Buda era um ser que já havia alcançado o máximo desenvolvimento espiritual possível ao homem.
    • O terceiro olho. O chamado "terceiro olho", que se localiza entre as sobrancelhas das estátuas de Buda, é uma referência ao pleno desenvolvimento do chacra ajna em Buda, o que lhe conferiria uma inteligência superior.
    • O pé de Buda. É frequente a representação dos pés de Buda. Normalmente, ele apresenta-se marcado pela Roda da Lei budista.
    • As três joias budistas: Buda, a doutrina budista (Dharma) e a comunidade de monges budistas (Sangha). Recebem o nome de joias porque se mantém imutáveis em seu valor, ignorando o tempo, tal como as jóias. São uma verdadeira reserva de valor, nos quais os devotos budistas encontram refúgio nos momentos difíceis.
    • A aura de Buda. Representa a santidade de Buda e sua condição de iluminado.
    • A postura deitada de Buda. É uma referência aos últimos momentos de vida de Buda.
    • A mão direita aberta de Buda. É o gesto chamado de abhaya, "sem medo". Simboliza que o devoto pode se aproximar de Buda sem medo.
    • A postura de meditação de Buda. É uma referência à importância da meditação dentro do Budismo.
    • Buda tocando o solo com a mão. Simboliza que Buda está pedindo à terra que testemunhe sua determinação em atingir a iluminação espiritual através da meditação[3].
    • A magreza extrema de Buda. É uma referência ao período no qual Buda praticou o jejum extremo, como forma de tentar atingir a compreensão espiritual. Mas Buda acabou por rejeitar este caminho, por considerá-lo ineficaz e substituí-lo pelo caminho da meditação.
    • O círculo formado pelo dedo polegar e o indicador. É uma referência ao principal símbolo do budismo, a roda da lei. Simboliza que Buda está em atitude docente, ou seja, está ensinando sua doutrina aos discípulos.
    • A flor do lótus. É um símbolo não só do budismo mas de todo o oriente. Simboliza a pureza espiritual, que não é maculada pelo cotidiano, assim como as flores de lótus não se mancham com o lodo sobre o qual crescem.

    Na simbologia oriental, o ser humano deve se inspirar no exemplo da flor de lótus para permanecer puro, mesmo em meio à toda a corrupção do mundo.

    • Cabelo anelado de Buda. É uma referência à inteligência superior de que Buda era dotado.
    • O leão. Era o símbolo do clã do qual fazia parte Sidarta: o clã Shakya.
    • O cavalo. O cavalo lembra a partida de Sidarta do palácio de seu pai, montado em seu cavalo branco, Kanthaka, acompanhado de seu único criado, Xandaca[4]. Portanto, o cavalo é um símbolo da renúncia de Sidarta aos valores mundanos.
    • O elefante. A rainha Maya sonhou que um elefante branco penetrava em seu ventre pela sua axila direita e, logo em seguida, ela percebeu que estava grávida de Sidarta. Deste modo, o elefante é um símbolo da encarnação de Buda[5].
    • O touro. Junto com o elefante, o cavalo e o leão, o touro é um dos quatro animais fundamentais dentro do budismo. O touro alude à grandeza e à importância de Buda[6].
    • A estupa. É o tipo de construção que guarda os restos mortais de Buda e de grandes mestre budistas. Corresponde aos pagodes do leste asiático, aos chedi tailandeses e aos chorten do Himalaia.
    • A Árvore Bodi. Nas construções budistas, é muito comum a representação de árvores, numa alusão à figueira-dos-pagodes (Ficus religiosa)[7][8] sob a qual Buda meditou e alcançou a iluminação, em Bodigaia, na Índia. Nos primeiros tempos do budismo, era considerado desrespeitoso retratar Buda sob a forma humana, de modo que o Iluminado era normalmente representado sob a forma de uma árvore, a Árvore Bodi.

    Referências

    1.  WILKINSON, p. O Livro Ilustrado das Religiões. São Paulo: Publifolha, 2000. p. 37
    2.  HERMÓGENES. Autoperfeição com hatha yoga. 35ª edição. Rio de Janeiro: Record, 1995. p. 61
    3.  WILKINSON, P. O livro ilustrado das religiões. São Paulo: Publifolha, 2001. p. 57
    4.  GAUTAMA, S. A Doutrina de Buda. São Paulo: Martin Claret, 2003. p. 19
    5.  GAUTAMA, S. A Doutrina de Buda. São Paulo: Martin Claret, 2001. p. 17
    6.  ALBANESE, M. Índia Antiga. Barcelona: Folio, 2006. p. 204
    7.  FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.776
    8.  http://books.google.com.br/books?id=KizUvneBVMoC&pg=PA114&lpg=PA114&dq=%C3%A1rvore+ficus+religiosa+buda&source=bl&ots=Jn6oHssGM8&sig=whSl3gAOyc7eD4kDKKrQT1wOFto&hl=pt-BR&sa=X&ei=zHwYT4K7FYTo2gXWxp2qBA&sqi=2&ved=0CGEQ6AEwCA#v=onepage&q=%C3%A1rvore%20ficus%20religiosa%20buda&f=false

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