Pinturas do zodíaco são descobertas em templo de 2 mil anos no Egito
Relevos de signos, planetas, estrelas e constelações usadas para medir tempo na Antiguidade foram preservadas sob fuligem no templo de Esna
Por Redação Galileu
23/03/2023 17h24 Atualizado há 6 meses
Presentes nas paredes de um vestíbulo (hall de entrada), os relevos representam signos do zodíaco e dos céus. Alguns mostram os planetas Júpiter, Saturno e Marte, bem como várias estrelas e constelações usadas pelas civilizações antigas para medir o tempo. Segundo Christian Leitz, em nota, encontrar desenhos que remetem ao zodíaco não é algo comum na cultura egípcia, que pode ter sido influenciada pelos gregos.
"As representações do zodíaco são muito raras nos templos egípcios", diz Leitz, acrescentando que "o próprio zodíaco faz parte da astronomia babilônica e não aparece no Egito até a época ptolomaica."
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Liderados por Ahmed Emam, a equipe de restauração conseguiu recolorir completamente uma das representações dos céus. Especificamente no Templo de Esna, as cores foram cobertas por uma camada de sujeira e fuligem e, por isso, preservadas por quase 2 mil anos. A poeira, porém, também tornou mais difícil o reconhecimento de inscrições no teto.
"O zodíaco era usado para decorar tumbas e sarcófagos particulares e era de grande importância em textos astrológicos, como horóscopos encontrados inscritos em cacos de cerâmica", explica Daniel von Recklinghausen, pesquisador de Tübingen.
Além disso, durante o processo de restaurações, outras imagens e escritos foram reveladas, como ilustrações coloridas de uma cobra com cabeça de carneiro e um pássaro com cabeça de crocodilo, cauda de cobra e quatro asas. Decanos, que são imagens dos signos do zodíaco usados para contar as horas, também foram encontrados.
Ao todo, o Templo de Esna, também conhecido como Templo de Khnum, tem 37 metros de comprimento, 20 metros de largura e 15 metros de altura. Sua construção é estimada com início entre 41 e 54 d.C, durante o governo do imperador romano Cláudio.
O vestíbulo é a parte do templo considerada a mais completa, talvez por estar localizado no centro da construção e da antiga cidade de Esna, protegido de invasores e respeitado pelo povo local. O trabalho de restauração do templo já dura cinco anos e é patrocinado pelo Centro de Pesquisa Americano no Egito, a Fundação do Egito Antigo e a Fundação Gerda Henkel.
Fonte:https://revistagalileu.globo.com/ciencia/arqueologia/noticia/2023/03/pinturas-do-zodiaco-sao-descobertas-em-templo-de-2-mil-anos-no-egito.ghtml
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