A Espada no Rito e na Tradição – Por Vitor Manuel Adrião
“E saía de sua boca uma espada de dois gumes, e o seu rosto resplandecia como o Sol na sua força” (Apocalipse, 1:16).
“E de sua boca saía uma espada de dois gumes, para ferir com ela as nações” (Apocalipse, 19:15).
Referia-se o Apóstolo S. João Evangelista, o Místico de Patmos, no decurso das suas visões, ao cavalo branco que via a céu aberto, e quem o montava era Cristo a quem chamou “o Fiel e o Verdadeiro”. Era, portanto, da boca do Filho do Homem que saía essa espada de dois gumes (um que fere e outro que premeia, como karma e dharma), sendo o nome da figura excelsa que a Revelação lhe trazia o “Verbo de Deus”. Isto leva a concluir que o Verbo de Deus é tão agudo, tão cortante, tão penetrante como uma espada, e que ela se exibia mesmo como a Espada do Espírito. Daí que se atribua ao Verbo Divino, à Revelação da Sabedoria de Deus o símbolo da espada com dois gumes tal qual a língua humana, para designar a Palavra e a Transmissão.
Com origem etimológica não no latim gladius, gládio em português, “objecto cortante”, mas no grego ksiphos donde derivou spàthe originando o latinospatha, gerando o franco spede (século X), espee (século XII) e finalmente o francês épée, por uma parte, a mais corrente, pois ksiphos inspirará directamente o inglês sword e o alemão schwert, a espada é no sentido imediato o símbolo do estado militar (casta kshatriya ou guerreira, cavaleiresca sobretudo) e da sua virtude, a bravura, bem como da sua função, o poderio. Este tem duplo aspecto: o destruidor (destruens), podendo aplicar-se contra a injustiça, a maleficência e a ignorância, e por causa disto ela torna-se positiva; e o construtor (construens), pois estabelece e mantém a paz e a justiça, esta que com ela se relaciona especialmente através do símbolo da balança, por separar o bem do mal, a inocência da culpa.
Alfaia kshatriya por excelência, a espada vem a ser o símbolo da guerra santa e das conquistas espirituais, como seja a guerra interior (de domínio da personalidade material pela Individualidade espiritual) assim se identificando ao significado da espada trazida por Cristo (Mateus, 10:34). Por representar o Verbo, a Palavra, é que o kithab islâmico carrega na destra uma espada durante a sua predicação, como também fez durante muitos século o sacerdote cristão durante a sua pregação, e ainda hoje é utilizada nas cerimónias eclesiásticas e pelo próprio exorcista mandatado pela Igreja. Espada curva, cimitarra ou em meia-lua para o Islão; espada recta com guarda-mão em cruz para o Cristianismo. Ambas expressivas da Palavra Divina, seja a do Cristo ou a de Maomé.
Forjada com o fogo de Vulcano na sua fundição deve participar um casal de fundidores, em conformidade à tradição metalúrgica de Tubalcaim, indo dar à espada um dualismo sexual macho e fêmea por via dos seus dois gumes terminando no guarda-mão do seu empunhador que, sendo unidade, expressa a fusão dos sexos como andrógino em potência, ela é assim também símbolo axial e polar como eixo da balança cósmica, o que era representado pelos ários da Índia primitiva sob o nome Pramanthana, ou seja, Pramantha. De maneira que a espada representava o Centro, leve o nome de Shamballah ou de Laboratório do Espírito Santo, onde o mesmo Vulcano ou Tubalcaim simbólicos da Terceira Hipóstase Divina trabalham na grande “forja” do Globo incandescido com o seu Verbo inflamado. Entre os citas, o Eixo do Mundo e a Actividade do Empório – por via das 12 Hierarquias Criadoras assinaladas no Zodíaco – eram representadas por uma espada cravada no cume de uma montanha, tradição importada para o mito iniciático do Rei Artur e os 12 Cavaleiros da Távola Redonda, tendo por centro a “espada mágica” Caliburnaou Excalibur. O conceito da espada fincada na terra poder produzir uma fonte de águas miraculosas (ideia geomântica), não deixa de estar relacionado com a actividade produtora do Céu. A essa tradição ancestral dei forma ao cravar a espada de “Phalux” em pleno chão sagrado da Montanha Moreb de São Lourenço de Minas Gerais de Sul, Brasil, evocando a Presença e Força do Divino Espírito Santo do seio da Terra para a face da mesma, o que alguns poucos pobres de espírito (e não “pobres pelo espírito”) não souberam entender mesmo entendendo perverter completamente as minhas palavras, de imediato aproveitadas por iguais ensandecidos, todos publicamente assinalados pela oportunidade do oportunismo. A nenhuma valia desses extemporâneos afinal não passa de “Adrianite” como congenia kármica, problema deles.
Com respeito ao Pramantha, esta tradição dos antigos ários hindus chegou à religião védica cujos sacerdotes, os brahmanes, de imediato deram forma à mesma reproduzindo no plano imediato a actividade universal da Trimurti ou Trindade. Assim, dentro dessa simbologia, encontra-se o Pramantha, haste vertical de madeira, que mediante atrito ou fricção produz fogo. O outro elemento de madeira utilizado pelos brahmanes é o Arani. O Arani é uma espécie de Swástika, disco de madeira com um furo no centro. Os brahmanes, introduzindo o Pramantha no Arani, dão lugar a uma cerimónia mística de grande significado oculto. Do atrito de ambos surge o Fogo Sagrado, Agni ouTwashitri. O Pramantha é então símbolo do elemento masculino gerador, enquanto o Arani representa a Matriz do Mundo. Assim, o Pramantha é o Pai do Fogo Sagrado, do Fogo da Vida. O Arani é a Mãe, e o Twashitri ou Xadu é o Filho. Daí surgem os termos Pithis, Alef e Xadu, isto é, Pramantha, Arani eTwashitri ou Xadu, dando a palavra PAX.
Quando se fala em Novo Pramantha a Luzir ou em actividade (Novis Phalux), como acontece no Grau 18 de Príncipe Rosacruz da Maçonaria, está-se referindo ao Ciclo de Actividade Universal regendo a Evolução presente de todos os Reinos da Natureza, a começar pelo Humano, sendo que o Novo Pramantha é constituído por aqueles que têm a possibilidade de desenvolver a consciência interior, senão, aqueles que têm por missão fazer despertar a consciência interior das criaturas humanas pertencentes ao Novo Ciclo, à Nova Era. O fogo produzido pelo atrito entre o Pramantha e o Arani é, justamente, oTwashitri ou Agni, o Fogo Sagrado, o Fogo Bioplástico, na condição de Akta ouUngido, ou o mesmo Visvakarman, o Criador, o Deus Único e Verdadeiro.Visvakarman, em cada Ciclo evolutivo, envia a sua 8.ª parte à Terra, actualmente o próprio Maitreya Budha, como seja o Cristo Universal, o “Desejado Encoberto” da tradição dos lusos. Daí se concluir que o Novo Pramantha, agindo e entrechocando-se com a Humanidade futura, fará surgir em chamas crepitantes o Fogo Sagrado, Twashitri, Maitreya, como seja a Era ou Civilização de Maitreya, a da Raça Dourada, Cristina ou Crística, correspondendo ao estado Bimânico, isto é, Budhi e Manas, possibilitando a união do Mental ao Intuicional.
Era com esse Fogo Sagrado que os antigos metalúrgicos iniciados na ciência dos metais acendiam a forja, conectando a lâmina da espada ao relâmpago e ao raio do Sol, como aliás o rosto apocalíptico de onde sai a espada ser brilhante como Sol, sendo efectivamente a Fonte de Luz. Por isso, diziam os antigos cruzados: “A espada é a luz e o relâmpago, ela é um pedaço da Cruz de Luz”. Já em termos de Alquimia, a Espada dos Filósofos é o fogo do cadinho. Com o mesmo sentido ígneo, a espada do sacrificador védico é o raio de Indra, indo identificá-la ao vajra. De Indra, expressão do Fogo Etérico ou Akáshico, manipulado pelo Sábio ou Muni, resultou o termo Munindra, “Pequeno Sábio” ou “Muni de Indra”. Do mesmo modo, a espada de Vishnu, a Segunda Hipóstase Divina, nisto representada na assinalada alegoria apocalíptica, é uma espada flamejante, simbólica da Sabedoria que mata a Ignorância. Também ao Mundo dos Assuras o Bodhisattva, Budha de Compaixão, leva a espada flamejante, de maneira a expressar a conquista do Conhecimento que imortaliza e a libertação dos desejos mortais.
A espada flamejante, mizla em hebraico, é caríssima ao simbolismo do Ritual Maçónico que a recolheu do episódio bíblico da expulsão de Adam e Eve do Paraíso Terrestre pelo Anjo do Senhor que guardava a sua entrada, tendo na destra uma espada flamejante (Génese, 3:24), associando-se o Anjo à figura de São Miguel, Mikael ou Mirraïl, seja em português, hebreu ou árabe. Desde 1717 que a espada flamejante é na Maçonaria a Espada da Iniciação, dizendo sobre ela Mellie Uyldert em sua obra A Magia dos Metais: “A Franco-Maçonaria, por sua vez, usa uma espada flamejante, cuja lâmina ondulada lembra o movimento da chama; o seu gume sinusoidal pode representar a serpente do fogo. O Anjo do Paraíso brande essa espada flamejante, que adquire assim um valor místico, o poder de ressuscitar. Notemos, contudo, que esse símbolo da autoridade espiritual só é usado pelo presidente da Loja maçónica. Por ocasião da recepção de um neófito, o Venerável repete um gesto de Cavalaria e cria purificando: com a mão esquerda, coloca a espada flamejante sobre a cabeça, o ombro esquerdo e o ombro direito do neófito, vibrando, de cada vez, um único golpe de malhete. Além do rito de Cavalaria, onde o noviço é revestido pela força da espada, vibra-se ritualmente, de acordo com um ritmo particular, sobre os ombros e cabeça do neófito, provocando nele uma retomada do Ser.”
Isso corresponde ao despertar da consciência interior, à ressurreição mística onde o profano deixa de o ser para tornar-se doravante iniciado. Passar do estado de Iniciação Simbólica à Real, é obra exclusiva de cada Maçom no delapidar da “pedra bruta” da personalidade transformando-a em “pedra polida” da Individualidade, proporcionando o despertar da Consciência Superior, posto que ninguém evolui por alguém e que todo o trabalho grupal é de entreajuda compensando as fortalezas de uns as debilidades de outros, no mais fraterno e espiritual intercâmbio a favor da realização verdadeira, ou seja, da construção do Novo Edifício Humano, o Homem Iluminado.
No Oriente, a espada flamejante é associada a Kundra, a energia “serpentária” de Kundalini ou o Fogo Criador fluindo pela coluna espinhal do Homem, a qual serpenteando pelos sete centros vitais (expressos pelos plexos e glândulas) ou chakras doadores da vida e da consciência, vão cada vez mais, grau a grau, chakra a chakra (sacro, esplénico, gástrico, cardíaco, laríngeo, frontal e coronal), tornando-o um Ser Integral, Justo e Perfeito, um Adepto Perfeito, aquele que, em termos maçónicos, cumpriu os 33 Graus da Iniciação, o que acaba correspondendo à coluna vertebral com as suas 33 vértebras, a saber com as respectivas analogias aos Graus da Teurgia, herdados da antiga Sociedade Teosófica Brasileira, e aos da Maçonaria:
Na zona cervical: 7 vértebras (Grau Akbel e Superiores Incógnitos);
Na zona dorsal: 12 vértebras (Grau Astaroth e Maçonaria Hermética);
Na zona lombar: 5 vértebras (Grau Karuna e Maçonaria Templária);
Na zona sacral: 5 vértebras (Grau Yama e Maçonaria Histórica);
Na zona do cóccix: 4 vértebras (Grau Manu e Maçonaria Simbólica).
Como a medula espinhal penetra até ao quarto ventrículo cerebral, passando pelo quinto ventrículo, significa que se prolonga até ao plexo situado na coroa da cabeça, que é onde se dá a união com a Mónada Divina e a Consciência Divina penetra perceptivelmente a Humana. Quando isso acontece, pode afirmar-se que o Homem se realizou integralmente, iluminou-se por Obra e Graça do Divino Espírito Santo.
Antes de prosseguir, devo informar o seguinte: quem utiliza espadas maçónicas sem ser maçom verdadeiro de grau efectivo e reconhecido, só porque a decoração das mesmas excita a fantasia e leva às elucubrações mais inflamadamente fantásticas, indistinguindo espadas cerimoniais de espadas decorativas, o que faz com as mesmas esbravejando-as em gestos incoerentes estupendamente afectados, acaba por estar ao nível do niilismo vazio, portanto, muitíssimo abaixo até das ditas “paródias ritualísticas”, como dizia René Guénon, só persistindo por singulares equívocos alimentados por “convencimentos e teimosias maiores que os de burro teimoso”. Além de não saber da leitura dos símbolos tradicionais presentes, desconhece que os mesmos vinculam a uma Egrégora própria e que só são válidos por Iniciação efectiva, no caso, a Maçónica. Além disso, desconhece os três tipos de espada para os 3 Graus da Maçonaria Azul, mais dois tipos efectivos: a Flamejante e a do Trono, Mizlah e Amizlah. Fica a acautelação a quem a quiser tomar.
A Espada de Vishnu foi repassada a Akbel que a repassaria ao seu Filho Akdorge, o Rei do Mundo, através da pessoa do Adepto Vivo Henrique José de Souza, fundador da Ordem dos Tributários (na sexta-feira, dia de Vénus, de 23 de Outubro de 1954) destinada à Redenção dos mesmos Assuras humanizados de que falam as escrituras védicas, com tudo isso tal alfaia viria a tornar-se emblemática da mesma Hierarquia Assúrica, a dos Senhores do Mental como a primordial da primeira Cadeia de Saturno, sempre à cabeça das Humanidades vigentes nas Cadeias seguintes até ao momento actual.
Isso leva aos “sete tipos de espadas” como constam no Livro dos Tributários:
1 – A Espada forjada pelo poder da Vontade do próprio Eterno (Espada Flogística de Akbel, hoje nas mãos de Akdorge).
2 – A Espada Luminosa (Flamígera ou Flamejante), com a qual o Arcanjo Mikael expulsou Adão e Eva do Paraíso.
3 – A Espada de Akbel forjada no Fogo de Vulcano (é de Orikalki, metal atlante).
4 – A Espada do Deus Talião (Karuna), presente no último Julgamento da Humanidade finalizado em 12.11.1959.
5 – A Espada de Akdorge, o Rei do Mundo.
6 – A Espada de Astaroth (ou da Sabedoria assumida por Rabi-Muni).
7 – A Espada do Tributário (Espada Tributária JHS), que é somente defensiva, jamais ofensiva. Se quiser-se juntar a Espada Guerreira dos Heróis solares, ter-se-á oito, tal como a primeira ou a inicial.
“A PRIMEIRA ESPADA (flogística) foi criada pelo próprio ETERNO. Logo, o Excelso Senhor AKBEL foi o PRIMEIRO TRIBUTÁRIO COBRADOR, para o Excelso Senhor ARABEL ser o PRIMEIRO TRIBUTÁRIO COBRADO, a PAGAR TRIBUTO.”
Como disse, a Espada é a alfaia principal da Ordem dos Tributários, representa a Língua de Fogo ou a Fala de Sabedoria dos Assuras. Quando os 12 Tributários, em posição nobre, enfiam as suas espadas nas ranhuras do trípode inflamado e o casal dirigente a seguir lhes ordena ficarem na posiçãoAkdorge, desse momento em diante as lâminas metálicas se transformam emEspadas de Fogo, como a de Mikael, como a de Akdorge… Nos idos anos 50 e 60, havia Tributários que até dormiam com as suas espadas ao lado, imantizando-as cada vez mais, aumentando o poder do seu Génio. Sobre o simbolismo das mesmas, confidenciou-me o inesquecível Paulo Machado Albernaz em 28.12.1999:
“Estou-lhe enviando uma foto da espada de Templário que possuo, em cuja lâmina está gravada a palavra “Phalus”. Num seu livro precioso tive ocasião de ler, na página 39, uma citação de que se trata do antigo nome da Cruz. O Professor disse-me um dia: “Paulo, tu és Phalus, os braços da Cruz”, e deixou escrito numa das suas Cartas-Revelações. Muito mais tarde me foi dito que a haste vertical da Cruz significava a Inspiração Divina, a Revelação; os braços ou haste horizontal seriam a sua propagação, ou divulgação. A mão do Cavaleiro empunha a espada, segurando a madeira ou Reino Vegetal; também há um enfeite de marfim, que representa o Reino Animal; e a mão do Cavaleiro representa o Reino Humano, dando a força necessária para se proceder ao Ritual através dos quatro Reinos da Natureza. A espada mede um metro (lâmina e empunhadura).”
Para que esteja conforme a Lei ordena e não haja desvios psíquicos, astralinos que afastem dos fins superiores da Obra Divina, é ainda o Livro dos Tributários a descrever a Espada Tributária JHS:
“A Espada compõe-se de duas partes essenciais: o punho e a lâmina. O conjunto do punho compreende: o botão do punho, o punho propriamente dito, e a guarda. A lâmina é sempre rectilínea. O estojo é a sua bainha. É feita de cobre (Vénus) e aço ou ferro (Marte). Mãe e Filho, como foram os dois Planetas dirigentes da Raça Lemuriana…
“Os copos da Espada são feitos com o signo de Peixes, do Ciclo que está a findar-se. A referida Espada atravessa os sete Planos ou estados de Consciência.
“O signo de Piscis por Copa ou Taça. Sim, Espada e Copa, ficando Pau e Ouro. São os Quatro Maharajas (para o próprio Tributário ser a expressão do Quinto).”
Adianta o Livro Cartas-Revelações de JHS à Ordem dos Tributários:
“A Espada formando uma cruz encimada por um pequeno globo, é uma representação do planeta Vénus. Ela encerra o valor da Polaridade e corresponde ao Trabalho da Obra nos 2.º e 3.º Tronos, como também na Face da Terra e nos Mundos Interiores. O punho de cobre relaciona-se comAkgorge, expressando o 2.º Trono (o Céu) e alegorizando o valor de Fohat, e a lâmina de ferro relaciona-se com Akdorge, expressando o 3.º Trono (a Terra) e alegorizando o valor de Kundalini.
“A Espada expressa – com a lâmina, o cilindro do punho e os dois símbolos de Piscis – os 4 Maharajas reunidos em torno do 5.º expresso pelo globo que a encima, ou então os 4 Kumaras em torno do 5.º. A Espada representa a acção do valor do Tetragramaton Sagrado. Vénus e Marte foram os Planetas governantes da 3.ª Raça-Mãe, que assim teve um duplo comando e foi formada através das funções harmónicas das Duas Colunas do Eterno:Akgorge (Vénus) e Akdorge (Marte), o Senhor da Mitra e o Senhor da Espada.
“A conjunção de Vénus (Rajas – Azul) com Marte (Tamas – Vermelho), dá em resultado a Lua (Violeta – Paixão, no sentido de acção da força “psicodinâmica” ou sexual). Os Tributários, com os valores que as suas Espadas representam, precisam transformar ou elevar essa energia inferior à superior ou mental de Mercúrio (Satva – Amarelo), o que confere ao Ser a União Divina.
“A lâmina de ferro tem a propriedade de dissolver as perturbações que assolam o Ovo Áurico promovidas pelos Kama-Rupas, os quais vão sendo afastados dos Munindras à medida que os Génios das Espadas vão adquirindo esplendor.
“As Espadas Mágicas dos Tributários representam, também, algo semelhante ao emblema de Agharta: as Luas superiores e inferiores não indicam apenas o signo de Piscis, mas também as polaridades curvas, para defenderem o Magoque as maneja, atirando para cima e para baixo (ficando ele no meio) as radiações contrárias à sua pessoa. E, portanto, podendo vencer os inimigos vivos ou mortos, ou astrais.
“As Espadas Mágicas dos Tributários deverão ser de Pai para Filho. A minha Espada é Flogística, está com Akdorge. Nomes masculinos nas espadas não servem: é preciso pôr nomes femininos. Cuidar dela, pois espada enferrujada não vibra. Uma outra Espada, forjada no Fogo de Vulcano, era de Orikalki, pertencia também ao Excelso Senhor Akbel. Cada espada é uma forma radiosa daquela forjada pelo Eterno (dir-se-ia “Espada-Tulku”). Elas têm grande poder.”
A consagração da espada cerimonial passa por três fases: purificação – exorcismo – batismo. Neste último recebe o seu génio, elemental criado pelo portador da espada doravante mágica. As fórmulas de procedimento da preparação da espada cerimonial, a Lei não permite que as revele. Por morte do Tributário, conforme o Grão-Mestre JHS decretou, de imediato a sua espada e o seu anel devem ser quebrados e atirados ao mar ou a um lago. Muita gente que assim não procedeu, achando uma insensatez destruir “peças tão bonitas e… valiosas”, deu-se mal com a Lei agindo implacável pelo génio da espada mágica já sem o seu senhor que o dominava. Isto confere com o revelado pelo mesmo Grão-Mestre: “Os Génios pertencem a Karuna, aos Assuras, que estão dentro da Cadeia de Brahmã”.
A Espada Tributária possui as cores da Obra Divina: Amarela e Azul. A Amarela do Ouro da Sabedoria do Espírito e a Azul da Alma em movimento, cor de Rajas como ritmo ou o mesmo movimento imposto através da empunhadura, indo assim pôr em Actividade a Vontade do Eterno que assim é mesmíssimo Espírito Santo revelado.
“Desde os anos 1948-1949, principalmente o último, que tais águas (akáshicas) se derramam sobre a Terra, procurando salvar o maior número possível de Jivas ou Seres terrenos, sob a égide daqueles com o precioso nome de MUNINDRAS, outrora BHANTE-JAULS, cujo significado, “Irmãos de Pureza”, etc., também quer dizer: os “Envolvidos em Faixa ou Manto Azul”, embora que, no Mundo Terreno, tal Faixa seja de duas cores, isto é, AZUL e AMARELA, como eram as nossas antigamente, passando a BRANCAS (Pureza, Imortalidade, etc.), embora ainda que a azul para os aspectos femininos, e a amarela para os masculinos.”
Adianta no mesmo Livro-Revelações:
“Vejamos, agora, a formação facial do Homem com relação à dupla feição do Andrógino Divino e Terreno, como padrão Humano. Os dois olhos representam: o direito, OLHO DE BUDHI, isto é, de Mercúrio; o esquerdo, OLHO DE AKASHA ou de Vénus. O nariz é composto de duas narinas ou “canalizações” por onde fluem os 5 Tatvas, com mais 2 superiores ou secretos. A narina da direita ou solar, é Pingala, e a da esquerda ou lunar, éIda. SOL E LUA, portanto, ocultando em baixo o que se acha em cima, isto é, MERCÚRIO E VÉNUS nos olhos (portanto, Hermafrodita Divino e Hermafrodita Terreno). Quando as duas narinas funcionam igualmente o ser humano se torna andrógino, é como se ele abrindo as portas do seu corpo, emSushumna, o Segundo Trono também se abrisse. E a prova é que é a Hora em que se sente igual a Deus, ao Eterno, a Brahmã, etc., ao dizer: TAT TWAN ASI, “Eu sou Ele! Eu sou Brahmã!” Ele é o próprio Caduceu de Mercúrio, mas também, como é dito nas escrituras mais avançadas, o “URANO PERFEITO”… Sim, por ter emergido nas ÁGUAS azuladas do Akasha.
“E cá estou eu escrevendo mais estas linhas, por temer sempre não ter sido compreendido… E assim o faço “para Honra e Glória desta mesma Obra através dos seus dilectos Filhos: os MUNINDRAS.”
BIJAM
OBRAS CONSULTADAS
Vitor Manuel Adrião, Dogma e Ritual da Igreja e da Maçonaria. Livros Dinapress, Lisboa, Setembro de 2002.
Vitor Manuel Adrião, Teosofia e Tarot (Os 22 Arcanos Maiores). Edição Euedito, Gaia, 2015.
Vitor Manuel Adrião, Portugal – Dimensão Oculta (Luz do Grande Ocidente). Chiado Editora, Lisboa, Dezembro de 2015.
António Carlos Boin, Roncador: Mistério que se vai dissipando. RevistaAquarius, n.º 23, Rio de Janeiro, 1980.
Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, Dicionário de Símbolos. José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1990.
Manoel Gomes, Manual do Mestre Maçom. Gráfica Editora Aurora Limitada, Rio de Janeiro, 1969.
Wilson Veado, A Espada na Maçonaria e na História. Madras Editora, São Paulo, 1998.
Henrique José de Souza, Livro do Graal, 1950.
Henrique José de Souza, Cartas-Revelações à Ordem dos Tributários, 1954 a 1963.
Regimento Interno, Livro dos Tributários.
Fone:https://comunidadeteurgicaportuguesa.wordpress.com/2016/07/14/a-espada-no-rito-e-na-tradicao-por-vitor-manuel-adriao/
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